Pedro Lucas Lindoso
Houve
um tempo em que havia placas “NÃO FUMAR” ou “É PROIBIDO FUMAR” em cinemas,
shoppings, salas de espera, aeroportos, hotéis etc.
Hoje
essas placas são totalmente desnecessárias. O mais inveterado fumante sabe que
é proibido fumar praticamente em qualquer lugar público. O fumante, na verdade,
só tem direito de fumar tranquilamente em sua casa. Isso se morar só ou com
outros fumantes.
Parece
até mentira, mas já foi permitido fumar até em aviões. Os fumantes ficavam nas
últimas poltronas. Ficou conhecido o caso de uma aeromoça que acionou a
companhia aérea por ter adquirido câncer em razão do cigarro. Teve a doença por
ser fumante passiva.
Estudei
num colégio em Brasília chamado Pré-Universitário. Sua origem foi um cursinho
que se transformou em um colégio avançado e experimental. O lema era liberdade
com responsabilidade. Pois bem, era permitido fumar cigarros no colégio.
Inclusive na sala de aula. Desde que o professor permitisse. Como vários
professores fumavam, o consentimento para que os alunos fumassem em sala era
tácito.
Naquela
época havia propaganda de cigarros na televisão. Os anúncios eram longos, com
música belíssima. A primeira vitória contra o tabagismo foi proibi-los. Depois,
os fabricantes foram obrigados a estampar advertências e mostrar fotos
horrendas de pessoas doentes nas embalagens.
A
indústria do tabaco e os produtores recolhiam somas astronômicas em impostos. A
luta nunca foi fácil para os cientistas e médicos antitabagistas contra o
cigarro.
Os
americanos sempre foram muito bons em estatísticas. Ficou comprovado que o
dinheiro que o erário recebia em imposto era bem aquém dos gastos e prejuízos
com a saúde pública dos americanos.
Foi
então que começaram efetivamente as restrições contra o uso de cigarros.
Inclusive no Brasil. Hoje é proibido fumar em todo canto. Houve considerável diminuição
de fumantes entre a população. Em 1989,
34% da população adulta fumava. Hoje menos de 10 % de brasileiros são fumantes.
O Brasil é o terceiro país com maior índice de ex-fumantes do mundo!
Um amigo
de Brasília me telefona triste e desolado. Seu filho de dezesseis anos
confessou que estava fumando. Disse a ele para dizer ao garoto duas coisas: o
cigarro vai deixá-lo impotente com os anos. E que cigarro vai deixá-lo
fedorento e nenhuma garota vai querer namorá-lo. Funcionou. O rapaz concordou
que fumar é horrível!