Pedro Lucas Lindoso
Em
tempos de Olimpíadas fico pensando o quanto o barulho da torcida pode ajudar,
ou não, os atletas durante os jogos.
Na
pandemia, com os estádios de futebol compulsoriamente vazios, houve necessidade
de preparação motivacional para os jogadores entrarem ligados e jogarem com
afinco. Sabe-se que a torcida contra motiva. A torcida a favor ajuda. Mas isso
principalmente nos esportes coletivos em geral.
Esportes
como a ginástica de nossa campeã Rebeca Andrade, o silencio é importante. Mas
sempre há barulho. Parece que a torcida, ansiosa, cochichava. E cochicho no
silencio vira barulho.
Em
algumas situações, não somente nos esportes, o barulho pode ser aterrorizante.
Sabe-se que pessoas com autismo tem os tímpanos bastante sensíveis. E sofrem
com o barulho. Alguns animais também. Os cães sofrem com o barulho dos fogos.
Especialmente no réveillon e jogos da copa.
Nos
jogos de tênis é interessante observar o silencio sepulcral nas arquibancadas.
Ouvem-se as raquetadas e as bolas para lá e para cá, numa sincronia similar aos
sons da natureza. Sabe-se que a concentração é crucial.
Manter
o silêncio durante os pontos é uma forma de respeitar tanto o próprio jogo
quanto o adversário. Interromper este silêncio pode não apenas prejudicar a
concentração do jogador, mas também alterar o andamento da partida. Isso por
parte dos jogadores e da torcida.
Ora, o
silêncio é uma regra extremamente importante, já que o tênis é um esporte muito
intenso e exige muita concentração. Portanto, qualquer distração pode ser fatal
para o tenista na disputa do ponto.
Mas os
tenistas gritam também. Os gritos deles servem para ajudar na rebatida da bola.
Isso aumenta a força do movimento sem esgotar o suprimento do oxigénio. Mas
parece que não existe regra específica para o silêncio no tênis. É como a tal
lei do silencio. As pessoas acham que ela existe. Mas só que não.
Mas
nada emociona mais do que o silêncio da galera contrária quando da apresentação
do boi rival no Festival de Parintins. Mas aí tem regra. E vale pontos. Os espectadores
de fora, especialmente os vindos do sudeste e do exterior, ficam encantados.
Contudo
o silencio pode ser de uma tristeza frustrante. Rafael Medina esperou
ansiosamente pelo barulho de uma onda que não veio. A natureza negou ao nosso
surfista a medalha de ouro. Faltou o barulho e a majestade de uma onda. Uma
pena.