Minha netinha Maria Helena é muito simpática e falante. E
como toda criança inteligente e sapeca, diz cada uma!
No carro, a caminho da escola, ouviu do Waze: “Cuidado.
Lombada adiante”.
– Pai, o que é lombada? pergunta Maria Helena. No que seu
pai, que é brasiliense, respondeu:
– É quebra-molas! E Maria Helena, que já está aprendendo inglês,
retrucou:
– Então lombada é quebra-molas em inglês, pai.
Todos riram da sagacidade de Maria Helena. Ora, se algo tem
dois nomes é provável que o outro nome seja mesmo inglês.
Se vovó Vera estivesse no carro teria logo dito que quebra-molas
em Inglês é “bump”. Aprendeu essa palavra quando era adolescente e morava em
Wisconsin, nos Estados Unidos.
Nem tudo que
encontramos nas estradas, ruas e avenidas tem o mesmo nome Brasil afora.
Rotatória, aqui em Manaus, geralmente é chamada de bola. E são grandes como a Bola da Suframa e a Bola
do Coroado. Perto do Parque do Idoso há uma rotatória menor. Já ouvi chamarem
de bolinha.
Em Brasília, cidade natal do pai de Maria Helena, rotatórias
são chamadas de balão. Na vizinha Goiânia, há pequenos “balões” ou “bolinhas”, chamados
de “queijinhos” pelos goianos.
Dependendo da cidade brasileira sinal de trânsito é semáforo
ou farol. E meio-fio pode ser guia.
Maria Helena vai logo aprender que não é só o tal Waze que
pode confundir as pessoas.
Com o pai brasiliense vai saber que bombom pode ser bala. Ou
balinha. E bala de cupuaçu com chocolate em Brasília é bombom. Cruzeta é cabide
por lá. E só quem usa farda é soldado. Aluno usa uniforme.
Como uma garota que viaja pelo Brasil e exterior, Maria
Helena vai logo saber as diferenças entre inglês e português. Entre amazonês e
os falares do nordeste e do sul. Claro que vai! E cuidado com o Waze! Ele pode
confundir você. Inclusive em Inglês.