Um dos
mais significativos Evangelhos do Advento trata da bela passagem em que Maria,
já prometida a José, aparece grávida. Num primeiro momento, ele a repudiou em
segredo. E evitou que fosse difamada. Depois, o anjo Gabriel aparece em sonho.
Disse-lhe que não deveria temer. Maria estava grávida por obra do Espírito
Santo. Então José a protegeu e a preservou até o nascimento de Jesus.
Muitos
homens sem fé questionam a atitude de José. Para alguns seria difícil se casar
com uma jovem grávida sabendo que o filho não era seu. José, homem justo e de
fé, assumiu Jesus como filho.
O anjo
Gabriel mandou que José lhe desse o nome de Jesus. Pela tradição judaica, ao
dar nome ao filho, o pai o reconhece como tal.
A
concepção de Jesus por Maria é uma promessa de Deus. José era um homem simples
e reto, daqueles que carregam o peso do mundo sem fazer ruído. Vivendo nas ruas
de Nazaré, ele não era famoso nem poderoso, apenas firme naquilo que acreditava
ser correto.
Quando
o anjo Gabriel apareceu em sonho, anunciando que Maria haveria de conceber pelo
poder do Espírito Santo, José não hesitou. Ele sabia que a obediência que nasce
do dever é uma virtude.
Gabriel
o chamou para ser guarda da promessa. José, homem de carpintaria, viu na
notícia não apenas um chamado, mas uma responsabilidade. Haveria de proteger
Maria, cuidar do que viria, sem entender completamente o alcance do que
ocorreria.
José
não questionou os motivos, não exigiu provas. Ele confiou na verdade que se
revelava através da coragem de Maria e da bondade do desconhecido que, de forma
divina, já caminhava entre eles.
E
naquela noite de estrelas apenas começava a grande travessia que encerraria em
uma manjedoura, nos campos de Belém, sob o brilho tímido de uma esperança que
iluminaria o mundo.
O anjo
havia pedido uma confiança que se traduzia em ações, não em palavras
grandiosas. E José respondeu com o que melhor sabia fazer: oferecer abrigo,
proteção e um lar simples, onde o milagre pudesse acontecer sem pressa, sem
pressões.
Que
possamos aprender com José que o verdadeiro heroísmo pode nascer no toque firme
de uma mão que segura outra e no cuidado diário. E que, mesmo quando as
estradas são áridas, a justiça de José ilumine nossos caminhos. Não por poder,
não por reconhecimento, mas pela dignidade de um coração que acolhe, mesmo sem
entender tudo, quem chega com uma promessa de vida. Como chega todo ano o
Menino Deus. É o Natal.