Pedro Lucas Lindoso
Até o momento nenhuma mulher
foi nomeada para ministra no novo governo. Há muita reclamação. E com razão.
O século XXI parece ser o
século da afirmação das mulheres em sua condição de igualdade com os homens. Sabemos
que nem sempre foi assim. A história da humanidade sempre foi constantemente
marcada pelo patriarcalismo e ainda existe a ideia machista de que a mulher é o
“sexo frágil”.
A nossa Constituição Federal
estipula que homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações. Portanto, não
pode haver qualquer tipo de discriminação na família, no trabalho, na
sociedade, tanto na esfera pública como no âmbito privado.
Antigamente havia a figura do pater famílias. O homem
tinha privilégios nas decisões familiares. No Brasil, constitucionalmente, a
mulher tem os mesmos direitos do marido ou companheiro, com relação às decisões
que devem ser tomadas referentes aos filhos e à família.
Segundo uma ilustre colega advogada, essa isonomia
constitucional entre homens e mulheres se estende às tarefas domésticas que devem
ser divididas entre ambos, de comum acordo.
As estatísticas apontam que normalmente o salário dos
homens é superior ao das mulheres. Contudo, os princípios constitucionais obviamente
são chancelados pelo Direito do Trabalho. Assim, uma mulher não pode, como
trabalhadora, receber menos que um homem, para fazer o mesmo trabalho.
Mas o preconceito parece
florescer em mentes que pensam como os da Idade Média. Não conseguem nem
aceitar os princípios instituídos há mais de 200 anos pela Revolução Francesa.
Em viagem recente a Brasília, notei
que um cidadão, discretamente, deixou de embarcar quando verificou que a
tripulação era encabeçada por uma comandante mulher. Vi tratar-se de uma bela
jovem senhora. Altiva e bem composta, parecia liderar a tripulação com firmeza e
desenvoltura. O voo saiu no horário. Decolagem e pouso perfeitos. Se conhecesse
aquele tolo cidadão passaria a ele um WhatsApp dizendo:
– O voo foi maravilhoso.