Amigos do Fingidor

terça-feira, 12 de julho de 2016

E por falar em estrelas...



Pedro Lucas Lindoso

“Ora (direis) ouvir estrelas! Certo,
Perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...
(Olavo Bilac)

As redes sociais estão plenas de comentários contra e a favor da nova logomarca do Governo. Não entendo do assunto. Na primeira versão faltavam estrelas representativas de unidades da federação. Espero que não  esqueçam o meu querido Amazonas, minha terra natal, e Brasília, cidade de meus filhos e de tantos amigos queridos.
Tia Idalina, que entre outras atividades, se diz também astróloga, ficou estarrecida com o esforço feito para que o novo governo tomasse posse no dia 12 de maio, na quinta-feira, e não na sexta-feira, 13.
Segundo titia, foi um engano. Idalina afirma que estão todos errados. A Astrologia tem imprecisões desde o seu início.
Idalina é adepta das teorias de um grupo de astrólogos de Minnesota nos Estados Unidos. O tal grupo afirma que por causa da atração gravitacional que a Lua exerce sobre a Terra, o alinhamento das estrelas foi empurrado por cerca de um mês. Como consequência disso, a Astrologia está equivocada porque falta um signo. São 13 os signos do zodíaco e não somente os 12 que se propagam.
– Como assim? Pergunto eu a tia Idalina.
Ela me disse que os colegas de Minnesota explicam que na antiga Babilônia apenas 12 das 13 constelações foram observadas e levadas em conta. O signo astrológico é determinado pela posição do sol no dia do fato (nascimento, por exemplo). Para Idalina e a turma de Minnesota, tudo que se sabia sobre horóscopo está errado.
– Então falta mesmo um signo? Qual seria,  pergunto eu. Idalina tem a resposta na ponta da língua:
– Falta o Serpentário, me diz ela. Que tem como símbolo a cobra.
Fiquei estarrecido. Convidei Idalina a voltarmos o assunto para Olavo Bilac. Ele, que nos convida a amar para entender tudo isso: “Pois só quem ama pode ter ouvido capaz de ouvir e de entender estrelas”.