Amigos do Fingidor

terça-feira, 17 de março de 2020

A lua é...


Pedro Lucas Lindoso


No último dia 9 de março, um dia após a comemoração ao dia Internacional da mulher, surgiu nos céus da nossa querida Manaus e do Brasil uma superlua.
Fiquei curioso em saber o porquê desse destaque. O que tornaria aquela lua, muito bonita e bastante brilhante por sinal, uma superlua?
As notícias dos jornais explicavam que a superlua ocorre quando a lua cheia coincide com a sua maior aproximação com a Terra. O fenômeno tem o nome de perigeu. Essa maior aproximação faz o nosso querido e festejado satélite parecer ainda mais brilhante e maior do que as outras luas cheias.
Aprendi no Grupo Escolar Saldanha Marinho, aqui em Manaus, que os índios chamavam a lua de Jaci. Lições de livros editados e oriundos do sul do Brasil. De fato, Jaci na mitologia tupi é a deusa Lua. Mas há outras línguas indígenas importantes, como o Saterê Mauwé. Trata-se de tronco linguístico do tupi, mas a lua se chama Wati.
A lua sempre exerceu um enorme fascínio sobre os homens. Penso até mais do que o sol. Possivelmente pela oportunidade que se tem de observá-la melhor, sem se ofuscar. E esse fascínio parece presente em todas as culturas. Em suas mais diversas manifestações. Na religião, nas artes plásticas, na literatura, em especial na poesia e na música.
A palavra lua e suas derivações, como luar, lunar, lunático, lual e tantas outras só parece rivalizar em variações e conotações quando o assunto são as estrelas, incluindo o sol.
Na boca dos poetas o luar cai sobre a mata, que revela a lua, que no céu flutua. A lua é sempre lembrada poeticamente em metáforas e nas mais diversas figuras de linguagem. A lua chora, pensa, tem pena, escuta e é confidente de muitos.
Carlos Páez Vilaró pintor, escritor e empresário uruguaio, foi proprietário da famosa Casapueblo. Escreveu um belo livro:  Entre meu filho e eu a lua. Seu filho Carlos estava no famoso desastre de avião em que uma equipe de rugby ficou perdida entre as neves dos Andes. Nas noites insones, Vilaró contemplava a lua. Já quase insano, na perspectiva de que seu filho também a contemplava e por ela pudessem se comunicar. Carlos foi um dos sobreviventes.
Há novas descobertas envolvendo o lado oculto da lua. Nessas disputas sobre quem é seu dono, não nos esqueçamos: a lua é dos namorados.