Pedro Lucas Lindoso
Os sinais de pontuação são sinais gráficos empregados na
língua escrita para tentar recuperar recursos específicos da língua falada,
tais como: entonação, jogo de silêncio, pausas etc. Também servem para demarcar
unidades e sinalizar os limites das estruturas sintáticas nos textos.
Ponto, dois pontos, interrogação, parêntesis, reticências,
vírgula. Sim. A famosa vírgula. De todos os sinais de pontuação, a vírgula é
aquele que desempenha o maior número de funções.
Mas o assunto não é a vírgula. Em tempo de coronavírus nunca
se usou tanto o ponto de exclamação. A gramática nos ensina que devemos usar
exclamação após vocativo, frases imperativas e após interjeição. O que é
obrigatório em termos gramaticais. Também usamos exclamação após palavras ou
frases de caráter emotivo ou expressivo. Aí já fica mais a critério de quem
produz o texto.
Quando eu era estudante fazia-se redação. Hoje se faz
produção de textos. Tive um professor de Língua Portuguesa que não gostava de
exclamação. Tampouco de reticências. Era muito carrancudo! Como muitos
professores de português.
Um cronista não pode prescindir do ponto de exclamação! Numa
época de pandemia! Com tantas mortes! Não podemos deixar de ser emotivos:
– Meu Deus! Até quando isso vai durar! Jesus! Os americanos
de origem puritana não podem falar o nome de Jesus em vão. E se expressam
assim: Gee!
Aqui em Manaus estão fazendo enterros coletivos em vala
comum! Como dizer isso sem exclamação?! Devemos mais do que nunca FICAR EM
CASA! Se a gramática diz que devemos usar exclamação após frases imperativas,
essa tem sido fundamental:
– FIQUE EM CASA!!!
Lembrei-me de minha avó Brigitta Daou que sempre dizia: “Boa
romaria faz quem em sua casa fica em paz!” E meu tio Robert Daou: “Deixe de
movimento.” Fique em casa!
Realmente, com essas notícias de contaminação e mortes de
pessoas aqui em Manaus, só nos resta clamar e exclamar:
– Nossa Senhora do Perpétuo Socorro! Rogai por nós!