Pedro Lucas Lindoso
Para
muitos brasileiros será um dia de muita tristeza. Muitos pais se foram.
Vitimados por esse vírus terrível. Meu pai, José Lindoso, que foi senador e
governou o Amazonas, faleceu bem antes dessa terrível pandemia. Mas a saudade é
imensa. Inobstante já ter passado alguns anos de sua ausência.
Há
alguns anos, encontrava-me no Cemitério de São João Batista, aqui em Manaus.
Havia mudado a prefeitura. Alguém devia estar fazendo algum levantamento ou
inventário. De repente, ouvi: “Só não
encontrei a do governador José Lindoso”. Deduzi que procuravam pelo túmulo de
meu pai. Logo interrompi e expliquei que ele estava enterrado em Brasília.
Aliás,
foi um pedido dele. Se morrer em Manaus, serei enterrado lá. Se morrer aqui em
Brasília, me deixem por aqui mesmo. Não quero fazer turismo depois de morto.
É
costume aqui em Manaus visitar o túmulo dos pais nos dia dos pais e nos dia das
mães. Em Brasília isso não é muito difundido.
O fato
é que nesses dias a saudade aumenta muito. Agosto é um mês de muita saudade para
os filhos de José Lindoso. Além do dia dos pais, ele faria aniversário no dia
21 de agosto.
Nascido
em Manicoré em 1920, teria feito 100 anos em 2020. A pandemia não permitiu que
celebrássemos a sua vida, os seus feitos, como gostaríamos.
Chega
de tristeza. Gosto de lembrar de meu pai como um homem muito ocupado, com uma
vida política intensa. Ocupou muitos cargos e funções públicas. Durante toda a
sua vida política participou de inúmeras reuniões, congressos e seminários
relacionados à sua atividade parlamentar, educacional e jurídica.
Mas
jamais deixou de exercer sua função de pai. Ele e minha mãe, dona Amine Daou
Lindoso, criaram seus sete filhos com intenso desvelo, enormes cuidados, e
muito, muito amor. Pai presente e participativo. Meu pai era um homem ocupado,
mas sempre acompanhava a vida escolar dos filhos. Participava de reunião de
pais e mestres. Conversava sempre conosco.
Queria sempre saber da nossa vida, de nossos planos e sonhos.
Neste
domingo de dia dos pais, meus irmãos e eu estaremos celebrando a vida. Sim,
porque só morre quem não deixa saudades. Nosso querido Zecão deixou um legado
de honradez, trabalho, disciplina, ética e muito amor pelo Amazonas e seu povo.
Somos
sete filhos, com netos e bisnetos, genros e noras, todos, em uníssono, queremos
compartilhar com todos aqueles que são pais, essa imensa alegria. De ter como
lembrança um ser que foi exemplo e bem querência a seus filhos.
Feliz
dia dos pais a todos!
Família José e Amine Lindoso, em 1965. Pedro Lucas é o segundo, da esquerda para a direita. |