Rosa de sombra
Pollyanna Furtado
No vermelho da sombra,
esconde-se uma rosa azul.
Rosa precária e triste,
sem pétalas nem odor.
Aquela mancha fria,
dissolvida ao pé da porta,
de talos inacabados
e é sombra, coisa morta.
Eu vi uma rosa rude
se fechar na boca da noite.
Sem ressoar de sinos.
Rosa venosa de Vênus,
venenosa.
Matéria lendária de sonho,
um vulto apenas na manhã.
Nem um pássaro quis beijá-la.
A rosa se desfez.