No dia 25
de julho de 1960 realizou-se o Primeiro Festival do Escritor Brasileiro. O
evento foi organizado pela União Brasileira dos Escritores. Na época, a UBE era
presidida por João Peregrino Júnior e Jorge Amado. A partir desse evento e nessa
data se comemora o Dia do Escritor Brasileiro. Em outros países os escritores
são homenageados em 13 de outubro, data conhecida como o Dia Mundial do
Escritor.
Parafraseando
Descartes: Penso, logo escrevo. Eis aí a grande responsabilidade de quem
escreve. Pensar. Antes de escrever o escritor contempla as paisagens, ouve os
sons do mundo e das pessoas, e, em consequência disso, pensa.
Percebo
que através do pensamento criamos e desenhamos aquilo que vamos escrever. Nem
tudo que pensamos torna-se algo escrito.
Mas tudo que já escrevemos foi pensado antes. Daí a importância em bem
selecionar os pensamentos que se tornarão escritos.
Pode-se
pecar em pensamentos, palavras e obras. Quando se escreve algo ruim, pecaminoso
e abominável comete-se pecados nos três níveis. Ora, sendo o pensamento um produto da mente,
pode surgir mediante atividades racionais do intelecto ou por abstrações da
imaginação. Os meus melhores escritos são abstrações da minha imaginação.
Principalmente quando faço literatura, ao escrever contos ou crônicas. Já no
papel de operador do direito os pensamentos devem ser baseados na
cientificidade e procuram as áreas racionais do intelecto.
Contudo,
as abstrações da imaginação são mais prazerosas. É quando escrever se torna um
deleite. Mas não é nada fácil. Enquanto os pensamentos voam as palavras nem
sempre se adequam às abstrações. Daí temos que escrever e reescrever.
Nosso
pensamento ao ser transportado para o papel se torna realidade. Eis a nossa
grande responsabilidade. Ao pensar e criar uma realidade podemos atrair
leitores. E, como uma roda dentada que vive girando, provocar pensamentos. O
papel principal do escritor é fazer pensar os que podem e gostam de
pensar.
O certo
é que a atividade principal do escritor é o ato de pensar. Antes de escrever
sempre há que se refletir ou meditar. É preciso também ser capaz de combinar e
comparar os fatos e as coisas da vida.
Nesse
mês do escritor o meu convite é para que se pense em coisas boas, produtivas.
Pode-se e devemos usar a escrita para desacomodar, instigar, alertar e até
denunciar. Mas devemos fazer isso com elegância. Sejamos mais humanos. Vamos
ter pensamentos alegres. Sejamos tolerantes. Vamos nos despir de ódios e
recalques.
Penso.
Logo escrevo. Com açúcar e com afeto.