Pedro Lucas Lindoso
Em
1972, há cinquenta anos, o Brasil comemorou o Sesquicentenário da
Independência. Um dos eventos importantes consistiu da entrega, pelo Estado
português, dos despojos de D. Pedro I. Naquele mesmo ano foi inaugurado o Monumento
do Ipiranga, em São Paulo.
A
transladação dos restos mortais de D. Pedro I assinalou o início das
comemorações de nosso Sesquicentenário. A urna de D. Pedro chegou ao Rio de
Janeiro em abril de 1972. Foi levada em carro blindado até o Monumento dos
Pracinhas. Iniciou-se assim, um périplo por todos os Estados brasileiros e o
Distrito Federal. A partir do Rio de Janeiro, em 22 de abril daquele ano, e
terminando em São Paulo no dia 5 de setembro.
Em
Manaus, o esquife veio procedente de Boa Vista, no dia 23 de julho. Partiu para
Rio Branco no dia 27 do mesmo mês. O
Cruzeiro, revista semanal que não mais circula há anos, informava que:
“Após a entrega do esquife ao Brasil, um salão especial foi preparado na Quinta
da Boa Vista”.
Neste
ano do Bicentenário o país recebe o coração de D. Pedro I. Chegou em Brasília
no dia 22 de agosto e retorna para Portugal no dia 8 de setembro.
Diferente
do que aconteceu no Sesquicentenário, quando os restos mortais do Imperador
fizeram um tour por todo o Brasil, no Bicentenário o coração ficará
exposto no Palácio do Itamaraty, em Brasília. Poderá ser visto por brasilienses
e turistas brasileiros nos fins de semana. Escolas de Brasília poderão agendar
visitas.
O
coração do imperador foi recebido com todas as honras de Estado em Brasília no
dia 22 de agosto. Na terça dia 23, a relíquia foi levada ao Palácio do
Planalto. O coração de Pedro I subiu a rampa do Planalto com honras militares e
na presença dos Dragões da Independência.
Tia
Idalina, que reside há anos no Rio de Janeiro, encontrava-se em Manaus naquele
julho de 1972, quando os restos do Imperador visitaram a cidade.
Coincidentemente, encontra-se por aqui quando o coração de Pedro I visita o
Brasil. E tem sua opinião a respeito desses fatos:
“Acho
justa todas as homenagens ao nosso Libertador Pedro I. Afinal ele amava o nosso
país. Veio para o Brasil em 1808, com a Família Real. Tinha só 10 anos. Mas,
pelo amor de Deus! Nasci aqui em Manaus e moro no Rio de Janeiro. Onde eu
morrer, por favor me enterrem. E me deixem em paz. Não quero fazer turismo depois
de morta!”