Amigos do Fingidor

terça-feira, 25 de outubro de 2022

Saudades da manduquinha e da CAMTEL

Pedro Lucas Lindoso

 

Estamos celebrando neste 24 de outubro os 353 anos de Manaus. Há oito anos, conversando com minha saudosa mãe em Brasília, disse-lhe que Manaus estava comemorando 345 anos. Ela me olhou um tanto incrédula e me disse:

– Interessante. Seu pai e eu nos casamos em 1948. Naquele ano se comemorou os cem anos da cidade.

De fato, em 24 de outubro de 1848, Manaus deixou de ser vila e foi elevada à categoria de cidade. Não somente Manaus, a cidade de Santarém, no Pará, também foi beneficiada pelo mesmo decreto. Segundo minha saudosa mãe, houve comemorações em 1948 pelo centenário dessa elevação.

Então, qual seria o ano real de fundação? O certo é que historiadores e pesquisadores chegaram à conclusão que Manaus teria sido fundada no ano de 1669. Assim, os registros e evidências da formação de nosso núcleo urbano remontam a 353 anos. A história desse núcleo urbano que hoje é a cidade de Manaus começou com a construção do Forte da Barra de São José, idealizado pelo capitão de artilharia Francisco da Mota Falcão.

Manaus já teve vários nomes. Vila da Barra, Vila da Barra do Rio Negro e posteriormente Manáos. Uma reforma ortográfica transformou páos e náos, em paus e naus. E, consequentemente, Manáos em Manaus. Há controvérsias e opiniões divergentes. No que concerne aos nomes e datas. Mas alguém já disse que não existe unanimidade em nada.

Ao considerarmos que a data de fundação “real” de Manaus  não seja de fato 24 de outubro, não podemos esquecer que há outras datas historicamente controvertidas.  Há quem afirme que o natal não seria 25 de dezembro.  A data de nascimento de Jesus Cristo não é citada na Bíblia. Para alguns cristãos ortodoxos a data é 6 de janeiro.

O fato é que em 2022 estamos celebrando 353 anos. Não me lembro se nos anos de 1960 houve celebração de 300 anos de aniversário da cidade. Fui menino aqui e me lembro de algumas coisas. Não havia violência. Havia alguns malucos na rua, como a Carmem doida. Não havia tantas crianças e adolescentes nas ruas. A viatura de polícia, um fusca  chamado de Manduquinha, assustava os meninos da cidade que empinavam papagaios. A polícia se preocupava com a fiação de rua da cidade. Tinha-se que preservar fios de telefone e luz.  Ninguém roubava celular. Não havia TIM, nem CLARO, nem OI ou VIVO. Só havia a CAMTEL – Companhia Amazonense de Telecomunicações. Depois a TELAMAZON. Os telefones eram fixos e muito raros. Tinham só quatro números.

Saudades da Manduquinha e da CAMTEL. Feliz aniversário, MANAUS. 353 ANOS.