Tristeza
Almir
Diniz (1929-2021)
Cavalgo,
triste, meu corcel alado
Pelas pistas
sem fim do pensamento,
De rédea
solta, solto meu lamento,
Meu protesto
de lágrimas molhado.
Galopando
sem rumo, e magoado,
Carpindo no
selim meu sofrimento,
Chego a
pensar que todo este tormento
É mero
sonho, e sonho malfadado...
Mas, se
passo trotando contra o vento
E ouço um
tropel alegre pelo prado,
Aperto o
arreio... sem... eis-me acordado!
Aí, sim,
sofro a dor que me vai dentro,
Essa dor que
mais dói, sem ferimento,
Que as
feridas de todo o meu passado!