Pedro Lucas Lindoso
Um baiano chamado Isaquias Queiroz ganhou três medalhas na
modalidade canoagem nas Olimpíadas do Rio. Esporte responsável por distribuir
medalhas em 16 categorias. No Remo são 14 disputas de medalha. Oito provas no
masculino e seis no feminino.
Há uma toada de boi muito bonita, apesar de ser do boi
contrário, chamada “Saga de um canoeiro” que diz: “Da tua canoa de tantas
remadas. Já vai canoeiro. Sou, sou, sou, sou canoeiro. canoeiro, vai!”.
A pergunta que não quer calar: Onde estavam os nossos
caboclos canoeiros que não foram às Olimpíadas?
Na antiga Manaus, para chegar aos bairros de São Raimundo e
Educandos tinha que se pegar catraia. Pequenas canoas rústicas remandas por
fortes e atléticos caboclos catraieiros.
Com certeza há muitos Isaquias remando pela Amazônia. Remar
contra os rios Solimões e no Madeira só para caboclo muito forte e bom de remo.
Na década de setenta, o Amazonas se destacava na regata. Meu amigo Raimundo
Alcides Lima, o Cidinho, foi diversas vezes campeão da Copa Norte de Regata,
disputada em Salvador.
Hoje as canoas são dotadas de rabetas. Houve um governador
que distribuiu muita rabeta para os caboclos. Rabetas e motosserras. Em épocas
de eleição há farta distribuição de rabetas pelo interior do estado. Todo mundo
sabe disso, principalmente o Ministério Público e os juízes eleitorais. Outro
dia em classificados de jornal uma grande loja anunciava: Compre Motor Rabeta
com as melhores promoções do mercado. Aproveite!
Será que por conta das rabetas não existem mais canoeiros
como os de antigamente?
Soube que no Município do Careiro, próximo a Manaus, havia um
campeonato de canoagem. Por que não é divulgado e apoiado? A Confederação
Brasileira de Remo (CBR) é o órgão responsável pela organização dos eventos e
representação dos atletas de remo no Brasil. No Amazonas com certeza há uma
federação.
Seria interessante treinar uma grande equipe de caboclos
canoeiros para a Olimpíada de Tóquio. Ou vamos ficar só na rabeta?