Pedro Lucas Lindoso
A Semana do Meio Ambiente nos convida sempre a meditar sobre
a nossa Casa Comum. Esse planeta Terra tão maltratado e vilipendiado pelos seus
governantes.
Os passarinhos são sempre as primeiras vítimas do
desmatamento. Ao construir Brasília, Juscelino Kubitschek não precisou de
licença ambiental. Devastaram o cerradão para implantar os eixos e vias que
cortam o Plano Piloto da nossa capital.
Quando cheguei por lá a cidade estava sendo construída. O
cerrado assolado pelos tratores e máquinas. As primeiras superquadras, hoje
oásis de exóticas árvores e flores, eram áridas e sem passarinhos.
Depois de 60 anos, os brasilienses do Plano Piloto moram em
verdadeiros parques. Arborizados com árvores nativas e outras vindas de todos
os cantos do país. Plantadas por brasileiros chamados a construir e habitar a
nova capital do Brasil. Verdadeiros brasilienses que se ofendem ao serem
confundidos com políticos corruptos que frequentam a cidade por alguns dias na
semana.
E hoje se ouve o canto de passarinhos. Principalmente no Parque
da Cidade. Lá cantam bem-te-vis, curiós e sabiás, pardais e outros que disputam
os espaços com corujas, caburés e murucututus.
Aqui na Amazônia a diversidade de passarinhos é
fenomenal. O jacu-cigano têm a cor e o
porte do faisão. As araras e papagaios bem como os tucanos estão presentes em
grandes bandos na Amazônia. A arara canindé é azul e amarela. A arara escarlate
é a vermelha. O tucano grande, do papo branco, não bebe água dos rios. Vive no
alto das árvores e bebe água das folhas ou da chuva.
O Japiim ou Xexéu é um pássaro preto e amarelo. É imitador de
vários pássaros. Temos ainda o coró-coró, o aracuã, a jaçanã, o gavião-belo ou
gavião-panema, o cri-crió e muitos e muitos outros. Sem falar, é claro, do
Uirapuru, que é o rei dos cantos na Amazônia. O canto mais bonito da floresta.
Agora medo eu tinha da rasga-mortalha. Conhecida também como
Suindara. É uma coruja agourenta. Anunciava a morte. Ao chegar em Brasília,
ainda menino, fiquei feliz porque ninguém conhecia a tal da rasga-mortalha.
Mas infelizmente há muitas suindaras frequentando o Congresso
Nacional e adjacências. “Rasgando” as leis e a Constituição, quando deveriam
implementá-las, posto que para isso foram eleitos.
Mas como disse o grande poeta Mario Quintana. “Eles passarão,
eu passarinho”.