Amigos do Fingidor

terça-feira, 13 de junho de 2017

Sobre pássaros e outras aves



Pedro Lucas Lindoso

A Semana do Meio Ambiente nos convida sempre a meditar sobre a nossa Casa Comum. Esse planeta Terra tão maltratado e vilipendiado pelos seus governantes.
Os passarinhos são sempre as primeiras vítimas do desmatamento. Ao construir Brasília, Juscelino Kubitschek não precisou de licença ambiental. Devastaram o cerradão para implantar os eixos e vias que cortam o Plano Piloto da nossa capital.
Quando cheguei por lá a cidade estava sendo construída. O cerrado assolado pelos tratores e máquinas. As primeiras superquadras, hoje oásis de exóticas árvores e flores, eram áridas e sem passarinhos.
Depois de 60 anos, os brasilienses do Plano Piloto moram em verdadeiros parques. Arborizados com árvores nativas e outras vindas de todos os cantos do país. Plantadas por brasileiros chamados a construir e habitar a nova capital do Brasil. Verdadeiros brasilienses que se ofendem ao serem confundidos com políticos corruptos que frequentam a cidade por alguns dias na semana.
E hoje se ouve o canto de passarinhos. Principalmente no Parque da Cidade. Lá cantam bem-te-vis, curiós e sabiás, pardais e outros que disputam os espaços com corujas, caburés e murucututus.
Aqui na Amazônia a diversidade de passarinhos é fenomenal.  O jacu-cigano têm a cor e o porte do faisão. As araras e papagaios bem como os tucanos estão presentes em grandes bandos na Amazônia. A arara canindé é azul e amarela. A arara escarlate é a vermelha. O tucano grande, do papo branco, não bebe água dos rios. Vive no alto das árvores e bebe água das folhas ou da chuva.
O Japiim ou Xexéu é um pássaro preto e amarelo. É imitador de vários pássaros. Temos ainda o coró-coró, o aracuã, a jaçanã, o gavião-belo ou gavião-panema, o cri-crió e muitos e muitos outros. Sem falar, é claro, do Uirapuru, que é o rei dos cantos na Amazônia. O canto mais bonito da floresta.
Agora medo eu tinha da rasga-mortalha. Conhecida também como Suindara. É uma coruja agourenta. Anunciava a morte. Ao chegar em Brasília, ainda menino, fiquei feliz porque ninguém conhecia a tal da rasga-mortalha.
Mas infelizmente há muitas suindaras frequentando o Congresso Nacional e adjacências. “Rasgando” as leis e a Constituição, quando deveriam implementá-las, posto que para isso foram eleitos.

Mas como disse o grande poeta Mario Quintana. “Eles passarão, eu passarinho”.