Amigos do Fingidor

terça-feira, 21 de julho de 2020

Uma “live” do bem




Pedro Lucas Lindoso


No último dia 13 de julho, o ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente completou 30 anos de vigência. É uma lei moderna. Visa garantir direitos das crianças e adolescentes como sujeitos de direitos e como prioridade a nível constitucional.
A pedofilia, o abuso e maus tratos em meninas e adolescentes é um crime hediondo. Infelizmente é recorrente na nossa sociedade. Em todas as classes sociais. Os abusadores são professores, padrastos, líderes religiosos, tios e até avós das meninas vitimadas.
Venho de uma família de sete filhos. Três homens e quatro mulheres. Aprendi com meu pai que devemos amar, cuidar e principalmente respeitar as mulheres. Poderia quebrar todas as vidraças da vizinhança ou tirar as piores notas da escola. Tudo poderia ser perdoado. Menos desrespeitar ou machucar as minhas irmãs.  Ouvi muitas vezes o famoso chavão, de que não se bate em mulher nem com uma flor.
Uma das minhas irmãs, Liliana Maria, possivelmente por ter sido criada com todo carinho e respeito, é fundadora e administra a Casa Mamãe Margarida. Uma instituição de freiras salesianas de acolhimento e abrigo às meninas em situação de risco social, como definido no Estatuto da Criança e Adolescente.
Os relatos de sofrimento e dor que se ouve dessas meninas é de cortar o coração. Uma delas chegou por lá grávida do próprio pai. O abusador estava na penitenciária, não só por ter abusado da filha, mas por ter assassinado a esposa que o flagrou abusando a própria filha. Esta é só uma das centenas de histórias e dramas que se conhece por lá.
Essa semana, a instituição foi homenageada pela youtuber Maísa. A jovem produziu uma “live” em prol da instituição. Maísa se tornou uma das pessoas mais populares da internet graças a sua forte presença em todas as plataformas digitais. Maísa já entrevistou muitas celebridades. Recentemente entrevistou a Ir. Liliana. As doações foram generosas e Maísa se tornou embaixadora da Casa Mamãe Margarida.
Nessa pandemia, ficou muito comum os famosos fazerem “lives”.
Pronuncia-se “laives”. No Inglês há o verbo “to live” que significa viver, morar e se pronuncia “live” com som de i. Mas as “lives” vem da expressão “on live”, ou seja, ao vivo, quando o “i” tem som de “ai”.
A pandemia trouxe algumas coisas boas. Uma delas foi a profusão de “lives” feitas para minorar o sofrimento de pessoas em situação de risco e vulnerabilidade, como as margaridinhas.
Parabéns Embaixadora Maísa por essa “live” do bem!