Pedro Lucas Lindoso
No último dia 13 de julho, o ECA – Estatuto da Criança e do
Adolescente completou 30 anos de vigência. É uma lei moderna. Visa garantir
direitos das crianças e adolescentes como sujeitos de direitos e como
prioridade a nível constitucional.
A pedofilia, o abuso e maus tratos em meninas e adolescentes
é um crime hediondo. Infelizmente é recorrente na nossa sociedade. Em todas as
classes sociais. Os abusadores são professores, padrastos, líderes religiosos,
tios e até avós das meninas vitimadas.
Venho de uma família de sete filhos. Três homens e quatro
mulheres. Aprendi com meu pai que devemos amar, cuidar e principalmente
respeitar as mulheres. Poderia quebrar todas as vidraças da vizinhança ou tirar
as piores notas da escola. Tudo poderia ser perdoado. Menos desrespeitar ou
machucar as minhas irmãs. Ouvi muitas vezes
o famoso chavão, de que não se bate em mulher nem com uma flor.
Uma das minhas irmãs, Liliana Maria, possivelmente por ter
sido criada com todo carinho e respeito, é fundadora e administra a Casa Mamãe
Margarida. Uma instituição de freiras salesianas de acolhimento e abrigo às
meninas em situação de risco social, como definido no Estatuto da Criança e
Adolescente.
Os relatos de sofrimento e dor que se ouve dessas meninas é
de cortar o coração. Uma delas chegou por lá grávida do próprio pai. O abusador
estava na penitenciária, não só por ter abusado da filha, mas por ter
assassinado a esposa que o flagrou abusando a própria filha. Esta é só uma das
centenas de histórias e dramas que se conhece por lá.
Essa semana, a instituição foi homenageada pela youtuber
Maísa. A jovem produziu uma “live” em prol da instituição. Maísa se tornou uma
das pessoas mais populares da internet graças a sua forte presença em todas as
plataformas digitais. Maísa já entrevistou muitas celebridades. Recentemente
entrevistou a Ir. Liliana. As doações foram generosas e Maísa se tornou
embaixadora da Casa Mamãe Margarida.
Nessa pandemia, ficou muito comum os famosos fazerem “lives”.
Pronuncia-se “laives”. No Inglês há o verbo “to live” que
significa viver, morar e se pronuncia “live” com som de i. Mas as “lives” vem
da expressão “on live”, ou seja, ao vivo, quando o “i” tem som de “ai”.
A pandemia trouxe algumas coisas boas. Uma delas foi a
profusão de “lives” feitas para minorar o sofrimento de pessoas em situação de
risco e vulnerabilidade, como as margaridinhas.
Parabéns Embaixadora Maísa por essa “live” do bem!