Pedro Lucas Lindoso
Os filhos crescem, casam-se, viram pessoas de bem. Achamos que, em tese, não teríamos mais que nos preocupar. Refiro-me aos perigos que correm as crianças e os adolescentes. Desastres, perigos diversos, drogas, peripécias perigosas, doenças da infância, dentre outros temores. Ledo engano!
De repente chegam os netos. Como disse a grande Rachel de
Queiroz: “Netos são como heranças: você os ganha sem merecer. Sem ter feito
nada para isso, de repente lhe caem do céu. É, como dizem os ingleses, um ato
de Deus.”
Tenho três netinhas: Maria Luísa, Maria Helena e Catarina.
Isadora, a quarta princesa, está a caminho. Não existe nada mais sublime e
divertido do que ser avô.
Para Jesus as crianças são um sinal da bênção do Criador.
Elas são inocentes e donas do Reino dos Céus. Vejamos o que diz o Mestre Jesus
sobre as crianças: “Deixem vir a mim as crianças e não as impeçam; pois o Reino
dos Céus pertence aos que são semelhantes a elas.” (Mateus 19: 14); “Cuidado
para não desprezarem um só destes pequeninos! Pois eu digo que os anjos deles
nos céus estão sempre vendo a face de meu Pai celeste.” (Mateus 18:10); “Quem
recebe uma destas crianças em meu nome, está me recebendo; e quem me recebe,
não está apenas me recebendo, mas também àquele que me enviou.” (Marcos
9:36-37).
A nossa Carta Magna de 1988 expressa toda uma preocupação com
os pequeninos que não existe, quiçá, em nenhuma outra Carta Política vigente no
planeta. Vejamos: “Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado
assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o
direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à
convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de
negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.”
O primeiro direito expresso com absoluta prioridade é o
direito à vida. As nossas crianças devem estar a salvo de toda forma de
violência.
Jamais pensei que no outono da vida teria que me preocupar
angustiadamente com a segurança de minhas netas e de todos os brasileirinhos e
brasileirinhas nos seus ambientes de escola. Como diz a Constituição, é dever
de todos, com absoluta prioridade, cuidar da segurança de nossas crianças. É
urgente!