Amigos do Fingidor

terça-feira, 25 de abril de 2023

Bebê cidadã

Pedro Lucas Lindoso


Antigamente, nem muito tempo faz, só sabíamos o sexo dos bebês após o nascimento. Minha netinha Isadora só vai chegar em agosto e já tem nome e já é bastante amada. Com sua maninha Catarina foi a mesma coisa. Ambas tiveram o já famoso “chá revelação”. Coisa impensável até alguns anos atrás.

De acordo com um amigo obstetra, foi em 1974 que se instalou o primeiro aparelho denominado Vidoson 635, de propriedade da Maternidade de São Paulo. Foi na época, o primeiro equipamento de ultrassom existente no Brasil e o primeiro da América do Sul.

No início as imagens não eram muito nítidas para os leigos. Hoje se pode ver a carinha dos bebês nas ultrassonografias mais próximas ao parto.

O mais interessante é saber-se o sexo do neném com bastante antecedência. As mamães podem se programar e até conversar com os bebês chamando-os pelos seus nomes, mesmo antes de nascerem. Há pessoas que acreditam que eles podem sentir o carinho dos papais ainda na barriga da mamãe.

Tudo hoje em dia parece acontecer muito rápido. Minha netinha Catarina já saiu da Maternidade registrada e com CPF!

O CPF, segundo informações do Google, tem números que não são atribuídos na ordem. Seguem um algoritmo complicadinho. O primeiro não era 000.000.000-1. Cada CPF é feito a partir de duas séries de números que codificam vários dados da pessoa. O final do CPF de Catarina é o número 3. O que indica que ela nasceu no norte do Brasil.

Durante muito tempo o CPF só era tirado quando o sujeito abria sua conta em banco. Hoje é o registro mais confiável e mais utilizado no Brasil. Mesmo porque tem uma abrangência nacional.

Nessa semana fomos tirar o Registro Geral da Catarina. Ou CI- Carteira de Identidade, como alguns chamam o documento. Antigamente aqui no Amazonas era atribuição da Secretaria de Segurança Pública. Tirava-se os documentos nas delegacias policiais. Hoje é responsabilidade da Secretaria de Justiça e Cidadania.

O importante é que Catarina já tem seus documentos. Só falta o passaporte. Catarina é muito lindinha. Tem nove meses. Já engatinha, balbucia sons, tem quatro dentinhos e reconhece os pais e avós.

Apesar de ainda não votar, Catarina, com todos esses documentos, pode ser considerada uma bebê cidadã.