Pedro Lucas Lindoso
Desde
muito pequeno fui alertado que muitas pessoas passam fome neste mundo. Quando
deixava algo no prato diziam que não se podia estragar comida. Havia muita
gente sem comer e aquilo seria um absurdo.
De
fato, milhões de pessoas mundo afora encontram-se em situação de rua e passam
fome. Um país como os Estados Unidos não poderia ter o que eles chamam de
“homeless”.
E a
Inglaterra então? O príncipe de Gales, herdeiro do trono, tem como prioridade
em suas ações sociais as pessoas em situação de rua. O projeto foi batizado de
“Homewards”. O desejo de William é encontrar um teto para todas as pessoas em
situação de rua do Reino Unido. O objetivo é que as pessoas mais necessitadas
tenham um lugar para chamar de lar.
O herdeiro
do trono britânico tem como meta determinado período de anos. O trabalho é uma
retomada de ações humanitárias que sua mãe, a falecida princesa Diana,
realizava com pessoas em situação de rua.
No
Brasil, mais especificamente em São Paulo, a celebridade mais atuante neste
triste problema é o padre Júlio Lancellotti. Pela porta de sua paróquia em São
Paulo, dezenas de pessoas entram em busca de alimentos. O padre cuida para que
ninguém saia dali com a barriga vazia.
Em
Manaus, vários grupos distribuem alimentos para os sem-teto, principalmente no
centro da cidade. Os projetos são vários e os nomes são interessantes tais como
“Mudadores de Rua', “Semeadores do amor” e “Olha a sopa”. A maçonaria, as
igrejas em geral, clubes de serviço como Rotary realizam ações sociais
especialmente voltadas para pessoas em situação de rua e vulnerabilidade em
Manaus.
O
último censo mostrou um aumento na população especificamente do centro da
cidade. Isso também significa que esse aumento pode ser de mais pessoas em
situação de rua e o agravamento da crise.
Eventualmente
participo ajudando esses grupos de apoio aos moradores sem-teto. Certa vez ouvi
de uma pessoa nessa situação:
– Fome
dói! Fiquei triste e envergonhado porque nunca havia sentido dor de fome.
O
leitor pode me perguntar o porquê do título dessa crônica ser “Clareou”. É que
os moradores do centro usam essa palavra para avisar aos outros que está
chegando comida. Vamos clarear a vida dessas pessoas. É urgente! E como me
disse um deles, fome dói.