Pedro Lucas Lindoso
Quem
somos? Onde estamos? O que fazemos? Parafraseando o bordão que inicia o Globo
Repórter. Entretanto, são perguntas que nos fazem constantemente. Outra
bastante frequente é sobre inspiração. Aquilo que motiva escritores e poetas, a
tão propalada inspiração, é tão variável quanto os assuntos que eles escolhem
para escrever. Nem todos se preocupam em criar uma grande obra de arte. A
grande maioria quer mostrar ao mundo aquilo que sentem, que viveram e que acham
relevante.
Dia 25
de julho comemora-se o Dia do Escritor. No dia 6 de julho o Vereador William
Alemão adiantou-se, até por uma questão de agenda e recessos, promovendo a
Homenagem ao Dia do Escritor, na Câmara Municipal de Manaus. A propositura foi
importante na medida em que muitos escritores querem e precisam ter
visibilidade perante a sociedade de Manaus.
Uma
professora do Departamento de Letras da Universidade de Brasília (UnB) me disse
que foi feita uma pesquisa na própria UnB sobre a literatura nacional. Segundo
a docente, o resultado é desanimador. O fato é que as grandes editoras seguem
publicando obras de escritores brasileiros com o mesmo perfil há anos. A
pesquisa teve como base livros de escritores brasileiros lançados entre 1965 e
2014. Mais de 70% deles foram escritos por homens, 90% são brancos e pelo menos
a metade veio do Rio de Janeiro e de São Paulo.
Nós
aqui do Amazonas não somos poucos. Há várias associações que dão guarida a
escritores, conhecidos ou não. Uns são brilhantes, outros nem tanto. Todos
gostam de escrever e mostrar seus escritos ao mundo. Põem a cabeça para fora e
todos nós levamos pauladas de críticas. Algumas até desrespeitosas e cruéis. Há
os que recebem loas. Alguns poucos. Há os reconhecidos nacional e
internacionalmente. Graças a Deus.
Os que
se consideram escritores estão em todos os lugares. Nas salas de aula, nos
tribunais, nos hospitais, nas redações dos jornais, nas cozinhas e nas ruas. O
escritor é antes de tudo um leitor. Alguém que preza os livros. Pelo menos a
grande maioria, quero acreditar. E isso é ótimo. As secretarias de Educação,
tanto a municipal quanto a do Estado, promovem a Semana da Literatura
Amazonense. Isso é muito bom. A cidade tem várias associações e academias de
escritores. Numa rápida pesquisa verifiquei que há mais de mil escritores
associados a elas! A mais importante e tradicional é a nossa centenária AAL –
Academia Amazonense de Letras. Algumas tem limite de 40 vagas nos moldes da ABL
– Academia Brasileira de Letras. A maioria são associações e clubes literários
de portas abertas aos escritores, sem restrições. Jovem escritor: procure um clube literário.
Escreva e seja feliz. Parabéns a todos os escritores.