Tristeza
Astrid
Cabral
Quis lavar a
tristeza
no manancial
da vida.
Então enxuguei
os cílios
em panos de
cambraia.
Sobre o
sorriso amarelo
acrescentei
no rosto
o realce do
carmim.
Coloquei
minha tristeza
numa cadeira
de rodas
e empurrei-a
rua afora.
Porém a
tristeza tem
cabeça de
medusa
e fundo
aparafusa.
Não há como
pentear-
lhe o
emaranhado mar.