Pedro Lucas Lindoso
Recebo
um telefonema de minha querida tia Idalina. Pergunta-me como vou passando.
Disse a ela que ando muito cansado. Estou passando por um longo período de
convalescença. Não tem sido fácil superar um sério problema de hérnia cervical
o qual me levou a operar a coluna.
Disse a
titia que o problema de saúde que enfrento me abalou muito fisicamente. E
também me abalou espiritualmente. Tenho questionado minha fé em Deus. Foi então
que lhe perguntei. A senhora nessa idade ainda acredita em Deus?
Ela
sorriu e me deu uma grande lição. Disse-me que acredita num Deus que se faz
presente em Jesus. O Jesus que perdoa e liberta. O Jesus que vai à casa do
fariseu Simão. Lá, uma mulher pecadora sorrateiramente perfuma os pés de Jesus.
Trata Jesus com todo carinho. Jesus acolhia os pecadores. O Papa Francisco
pediu aos padres para não deixar de abençoar casais divorciados, homoafetivos
ou em situação irregular perante os cânones da Igreja.
Esse é
o Deus em que acredito. O Deus que acolhe e não discrimina. Me disse ela. O Deus que se manifesta no
Jesus que gosta de vinho. Que fez o milagre nas bodas de Caná. Um Deus que
gosta de perfume, vinho e festas.
Um Deus
que se apresenta feliz. Um Deus que louva o amor. Um Deus que providenciou o
melhor vinho para o final naquela festa de casamento, em Betânia. Festa de
casamento tem sempre dança. Um Deus que
dança. Um Deus que esbanja contentamento. Enfim, um Deus que liberta. Um Deus
verdadeiramente de amor. Não um Deus que mete medo. Que apavora.
Vejo Deus
como uma força procriadora. Ao mesmo tempo Pai e Mãe de todo o universo. Não o
concebo, portanto, como um velhinho de barba branca. Meu Deus está sempre
mirando sua divina luz sobre nós. Sempre nos abençoando. Dando a nós o que
necessitamos. O pão e o entendimento. Nos livrando de coisas superficiais e
ilusórias.
Pedi à
Tia Idalina para me emprestar ou me ceder esse Deus tão bom e sublime. E ela me
respondeu:
– Está
a sua disposição. Primeiro, você deve procurar ver e conhecer esse Deus com
clareza. Depois, é importante segui-lo e finalmente amá-lo. Em retorno ele irá
abençoar você. E mais! Sob a direção divina o caminho é sempre do amor, da
sabedoria e da serenidade. E uma questão de fé. Só isso.