Amigos do Fingidor

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Moacir Andrade: conversa à boca da noite
Moacir Andrade.

Hoje, mal a noite começava, eu e o compositor Mauri Marques fomos tomar um tacacá no ateliê de Moacir Andrade, que nos recebeu com a alegria que sempre o caracterizou.

Aos 82 anos, a completar em março, Moacir tem saúde e disposição para trabalhar diariamente nos seus quadros e escritos. Contou-nos muitas histórias, fez-nos várias confidências (algumas bem cabeludas) e mostrou-nos um acervo de livros e fotografias raras, além de desenhos seus, elaborados entre os 6 e os 12 anos.

Esses desenhos já deixavam antever o pintor que encantaria o mundo com suas paisagens e suas interpretações dos mitos amazônicos: são pequenos flagrantes do cotidiano, que, reunidos, compõem um ensaio visual-antropológico sobre os costumes urbanos da Manaus de 1935 a 1941.

Pena que, nesta cidade desprovida de memória, se não se tomar providências urgentes, todo esse material vai se perder. Atenção senhores donos da cultura, muita atenção!