Amigos do Fingidor

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Produção de texto poético (uma introdução) – IX
Zemaria Pinto

45 – As estrofes são conjuntos de versos, variando, ordinariamente, de um a dez versos, com os seguintes nomes: monóstico, dístico ou parelha, terceto ou trístico, quarteto ou quadra, quinteto ou quintilha, sexteto ou sextilha, sétima ou septilha, oitava, nona ou novena e décima. Mas, na prática, não há limites para o número de versos de uma estrofe; portanto, não se preocupe com seus nomes.

46 – O estrato fônico caracteriza-se pela repetição de sons: refrão, rima, aliteração, assonância, anáfora, eco, onomatopéia, paronomásia, antanáclase. Destes, a rima é a mais explorada.

47 – Rima: semelhança de sons, buscando efeito rítmico e musical. Quando não há rima dizemos que o poema é composto de versos brancos. A rima ocorre no final do verso (externa) ou em seu interior (interna). Há dois tipos de rimas:
• Rima consoante ou soante – homofonia de consoantes e vogais
• Rima toante ou tonante ou assoante – semelhança apenas na vogal tônica

48 – A aliteração é outro recurso muito comum: consiste na repetição de fonemas semelhantes, no verso ou na estrofe, proporcionando um efeito musical.

49 – No nível semântico, temos:
• Figuras de similaridade – quando se fazem comparações entre dois ou mais elementos
+ Metáfora: na definição de Aristóteles,”transportar para uma coisa o nome de outra”
+ Alegoria: representação simbólica de uma idéia
+ Sinestesia: cruzamento de sensações numa mesma impressão;
• Figuras de contigüidade – acontece quando se substitui um elemento por outro;
+ Metonímia: guarda uma relação de proximidade, mas não de conteúdo; podemos dizer que é uma mudança de nome, sem comparação; a parte pela parte
+ Sinédoque: há uma relação direta de conteúdo e de proximidade; a parte pelo todo; o todo pela parte
• Figuras de oposição – contradição entre os elementos do discurso
+ oximoro: ocorre quando idéias que se excluem formam um sentido novo; lembrar o famoso “mas que seja infinito enquanto dure”, de Vinicius de Moraes.

Continuamos.