Amigos do Fingidor

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Os 50 anos de Aparição do Clown
No próximo sábado, 31 de janeiro, é o aniversário de 50 anos de publicação do livro Aparição do Clown, de L. Ruas. Para comemorar essa data, a Livraria Valer realizará a partir das 10h da manhã um encontro com estudiosos e pessoas interessadas na obra do escritor.

Ao longo de cinco anos, o historiador Roberto Mendonça pesquisou sobre a vida e a obra de L. Ruas; durante o evento, ele apresentará o resultado de seu estudo. Em seguida, a palavra será aberta aos presentes. O evento comemorativo contará ainda com exposição de livros e fotos do homenageado, leitura de poemas feitas por integrantes do Clam – Clube Literário do Amazonas, e apresentação do músico Mauri Marques, que musicou alguns poemas de L. Ruas.

Na ocasião, a segunda edição do livro Aparição do Clown estará a venda com 50% de desconto.

Considerada uma das mais importantes obras da literatura amazonense, Aparição do Clown é um longo poema, ocupando as 105 páginas do livro, reeditado pela Valer, dentro da Coleção Resgate.

Aparição do Clown é um poema místico e filosófico. Na apreciação do Professor Tenório Telles, o livro reproduz simbolicamente a trajetória de Cristo na terra, a promessa de redenção do mundo, a busca do homem, um palhaço no palco da vida a procura da sua verdadeira face, em sua tentativa de reencontro com o divino.

Sacerdote da arquidiocese de Manaus, Luiz Augusto de Lima Ruas nasceu em Manaus em 1931, tendo exercido seu ministério sacerdotal nas paróquias de Educandos, Colônia Oliveira Machado, dos Remédios e Sagrado Coração de Jesus, onde se despediu da atividade religiosa. Ao tempo de sua ordenação, em 1954, passou a lecionar algumas disciplinas em colégios, como o Colégio Estadual (Francês), o Instituto de Educação do Amazonas (Psicologia) e no então Instituto Christus, que teve sempre sua colaboração. Também foi professor de Psicologia, na Faculdade de Filosofia, quando esta foi criada. Iniciou sua atividade jornalística no Universal, jornal da Igreja Católica, que circulava aos domingos, de 1953 a 1958.

Adotando o nome literário de L. Ruas, passou, em 1956, a colaborar com o jornal A Crítica. Dispunha de uma coluna diária, "Ronda dos Fatos", onde cuidava com propriedade de problemas da vida humana. Deixou esse jornal em 1960. Em 1955, a convite de Jorge Tufic e encaminhado por Bosco Araújo, juntou-se ao movimento literário Clube da Madrugada, do qual foi presidente no biênio de 1957-58. Colaborou fartamente no Suplemento, editado pelo Clube, enquanto este circulou encartado em O Jornal, no período de 1962-72.

L. Ruas também esteve envolvido no movimento cinematográfico da cidade, escrevendo para a revista Cinéfilo, que circulou em quatro edições. Todavia, o movimento militar de 1964 fez o padre Ruas amargar dias de prisão, junto com outros companheiros intelectuais e políticos. Faleceu em 1º de abril de 2000, estando sepultado no cemitério de São João Batista.

Obras publicadas:

· 1959 – Aparição do Clown, poesia.
· 1970 – Linha d´Água, crônicas reunidas.
· 1979 – Os Graus do Poético, ensaios.
· 1985 – Poemeu, poesia. Prêmio de Poesia Governo do Estado do Amazonas em 1970.

L. Ruas colaborou também como cronista na Rádio Rio Mar.