Amigos do Fingidor

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Medicina na mitologia grega

João Bosco Botelho


De acordo com a mitologia grega, a Medicina começou com Apolo, filho da união de Zeus com Leto. Inicialmente, Apolo era considerado como o deus protetor dos guerrilheiros. Posterior-mente, foi identificado como Aplous, aquele que falava a verdade e purificava a alma por meio das lavagens do corpo com remédios curativos.

Um dos filhos de Apolo, Asclépio, pré-determinado para ser médico, recebeu os ensina-mentos sagrados do mítico centauro Quirão. A escolha do centauro estava assentada no fato de ele possuir o completo conhecimento da música, magia, adivinhações, astronomia e da Medicina.

Para os gregos daquela época, Asclépio divinizou a Medicina na mitologia. Ele era cele-brado em grandes festas públicas no dia 18 de outubro, data em que até hoje se comemora o dia do médico no Ocidente. Asclépio conquistou uma fama inimaginável, tinha delicadeza do tocador de harpa e a habilidade agressiva do cirurgião. Os doentes que não obtinham a cura em outros lugares procuravam as curas milagrosas desse deus taumaturgo. Chegou a ressuscitar os mor-tos e, como consequência, por ordem de Zeus, temendo que a ordem do mundo fosse transtornada, foi morto com os raios das Ciclopes.

Asclépio deixou duas filhas, Hígia e Panacéia; a primeira foi celebrada como a deusa da Medicina e a segunda curava todos os doentes com os segredos das plantas medicinais. Além delas, teve dois filhos, Macaão e Podalírio, médicos guerreiros que se destacaram na guerra de Troia.

Existem muitas comprovações arqueológicas das dádivas de agradecimentos dos doentes para Asclépio. No hospital de Epidauro, na Grécia, foram encontradas várias esculturas com o nome do doente, a descrição da doença e da cura obtida. Quase todas as representações simbólicas de Asclépio produzidas, entre os séculos VI e II a.C., contêm uma serpente enrolada num bastão.

O simbolismo da serpente é frequentemente ligado à transcendência da morte. Existem vá-rias explicações para a relação da Medicina com a serpente. As mais conhecidas são: a serpente pode viver em cima e embaixo da terra, atuando como mediador entre os dois mundos e a capaci-dade de mudar a pele, de tempos em tempos, encenando o renascimento.