Amigos do Fingidor

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

90 anos da Semana de Arte Moderna

Zemaria Pinto

Uma estudante, de Anita Malfatti, apresentado na exposição de 1917.

A bem da verdade, tudo começou em dezembro de 1917, com a "Exposição de Arte Moderna Anita Malfatti", covardemente execrada por Monteiro Lobato, um intelectual que fez escola e influencia autores amazonenses até hoje: achava-se o dono da verdade. Aliás, esse tipo se acha a própria Verdade personificada verdadeiros mitos vivos.

Anita estudara na Alemanha e nos Estados Unidos. Sua pintura sofreu forte influência expressionista. Mário de Andrade, que fazia uns poeminhas parnasianos à época apaixonou-se pela pintura da moça. Oswald de Andrade, que não sabia fazer muita coisa mas era um grande agitador, começou a organizar o grupo. 

Reclame do primeiro dia da Semana.
Reparem que não havia nenhum apoio oficial. Antes, o ingresso era pago. 

A Semana de Arte Moderna teve três dias:

Dia 13 de fevereiro, uma segunda-feira, como hoje, apresentou conferências de Graça Aranha e Ronald de Carvalho, centradas no tema geral A pintura e a escultura. Villa-Lobos deu uma canja.

Dia 15 de fevereiro, sob o tema A literatura e a poesia, palestras e recitais. A canja musical ficou por conta da pianista Guiomar Novais.

Dia 17 de fevereiro, duas conferências: A filosofia moderna no Brasil e A música de Villa-Lobos. Para encerrar, um concerto do próprio Villa. 

O público participou ativamente, com vaias, assobios e pateadas – tudo de acordo com o roteiro previamente traçado pelos organizadores, que não queriam outra coisa a não ser barulho, muito barulho.
(Fonte: Dicionário de Literatura Portuguesa e Brasileira, de Celso Pedro Luft, 3a. ed., 1987)



Alguns dos participantes da Semana de Arte Moderna, com Oswald de Andrade, literalmente, à frente.