Amigos do Fingidor

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Curso de Arte Poética


Jorge Tufic
 
II.3.2 - O RITMO

 

                   Regular, uniforme ou complexo, o ritmo do verso é geralmente marcado pela intensidade (ritmo acentual), pela duração (ritmo quantitativo) ou pelo timbre (ritmo qualitativo), ou seja, pelo apoio nos elementos fortes da fonação, pelo tempo de prolação de um fonema ou grupo de fonemas, ou pela tonalidade, “se for referente à ocorrência de alguns sons” (“Vocabulário de Poesia”, Raul Xavier, Ed. Imago/Mec, RJ, 1978). O ritmo tem sido apontado como um dos fatores que distingue a prosa da poesia, ou a prosa comum da prosa poética. No verso, contudo, quer seja livre ou metrificado, o ritmo “pulsa” ou transmite a linguagem poética. 

                   São os apoios rítmicos ou cesuras que respondem pela sequência de sílabas fortes e fracas que formam os versos e as estrofes de um poema, como antes ficou demonstrado (O METRO). Segmentos rítmicos se denominam, portanto, “unidades de sons” ou sílabas métricas, delimitadas sempre, pelo ritmo. Como neste exemplo “bolado” aqui mesmo, nesta sala de aula:

Morre o homem/fica a roupa,

Cai o muro/passa a nuvem,

Passa a nuvem/brota o sonho