Jorge Tufic
II.3.2
- O RITMO
Regular,
uniforme ou complexo, o ritmo do verso é geralmente marcado pela
intensidade (ritmo acentual), pela duração (ritmo quantitativo) ou pelo timbre
(ritmo qualitativo), ou seja, pelo apoio nos elementos fortes da fonação, pelo
tempo de prolação de um fonema ou grupo de fonemas, ou pela tonalidade, “se for
referente à ocorrência de alguns sons” (“Vocabulário de Poesia”, Raul Xavier,
Ed. Imago/Mec, RJ, 1978). O ritmo tem sido apontado como um dos fatores que
distingue a prosa da poesia, ou a prosa comum da prosa poética. No verso,
contudo, quer seja livre ou metrificado, o ritmo “pulsa” ou transmite a
linguagem poética.
São
os apoios rítmicos ou cesuras que respondem pela sequência de
sílabas fortes e fracas que formam os versos e as estrofes de um poema, como
antes ficou demonstrado (O METRO). Segmentos rítmicos se denominam, portanto,
“unidades de sons” ou sílabas métricas, delimitadas sempre, pelo ritmo. Como
neste exemplo “bolado” aqui mesmo, nesta sala de aula:
Morre o homem/fica a roupa,
Cai o muro/passa a nuvem,
Passa a nuvem/brota o sonho