Amigos do Fingidor

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Clonagem nos tratamentos das doenças



João Bosco Botelho

É possível pensar que no futuro as clonagens trarão muitos benefícios. Entre os mais esperados:
– Rejuvenescimento de partes específicas do corpo, danificadas pelo processo de envelhecimento ou por trauma, como nas queimaduras;
– Recuperação de áreas anatômicas por perda ou diminuição de funções vitais, como as determinadas pelo infarto do miocárdio;
– Substituição de genes defeituosos;
– Tratamento de alguns tipos de cânceres;
– Recuperação de segmentos medulares danificados nos traumas.
Por outro lado, como os atuais conhecimentos ainda são limitados, é também possível que a clonagem envolva riscos importantes: perda ou diminuição da multiplicidade genética; envelhecimento precoce em partes do corpo; anomalias desconhecidas; alterações comportamentais.
É possível assinalar as diferenças fundamentais entre a clonagem reprodutiva e clonagem terapêutica:
Clonagem reprodutiva: o núcleo de uma célula adulta é introduzido no óvulo "vazio" e transferido para outro útero, dito de aluguel, com o intuito de gerar um feto geneticamente idêntico ao doador do material genético;
Clonagem terapêutica: o DNA retirado de uma célula adulta do doador é introduzido num óvulo "vazio"; após algumas divisões celulares, as células-tronco resultantes são aproveitadas, para fabricar tecidos idênticos aos do doador, impedindo a rejeição.
É claro que essa especie de acontecimento está contida numa análise teórica, porque as técnicas de clonagem ainda estão em processo de aperfeiçoamento. Por exemplo, para obter o clone da ovelha Dolly, produto do clone de outro animal com 6 anos de idade, por meio de uma célula somática da mama, de onde foi retirado o núcleo e transferido para um óvulo sem núcleo, vitalizada por meio de uma corrente elétrica, implantada no útero de uma terceira ovelha, foram necessários 277 ovos, 30 iniciaram a divisão espontânea, 9 induziram a gravidez e apenas 1 sobreviveu.
Como mecanismo ainda desconhecido, Dolly só sobreviveu seis anos e seis meses,  enquanto as ovelhas vivem entre os 11 e os 12 anos, com manifestações de artrite no quadril e joelho esquerdo, doença próprias do envelhecimento. Mesmo assim, Dolly pariu quatro ovelhas. Esse acontecimento provou que o animal clonado não se torna automaticamente estéril.

Dessa forma, é razoável teorizar em torno dos vetores sócios-genéticos (a colocação do social anterior ao genético não é por acaso) na construção do produto vivo multicelular.