Amigos do Fingidor

terça-feira, 25 de setembro de 2018

Amazonas, o que é?



Pedro Lucas Lindoso


Era domingo. Fico triste em ler nos jornais mais um ataque ao Amazonas, seu povo e a Zona Franca de Manaus. Nosso parque industrial é chamado de obsoleto por um jornal de São Paulo.
Vou à Academia Amazonense de Letras, presidida pelo dinâmico mecenas Robério Braga. Naquele domingo o sodalício estava de portas abertas. O projeto Academia de Portas Abertas é simpático e eficaz. Como tudo tocado pelo Robério. A plateia no salão Álvaro Maia encontrava-se cheia de manauaras, ávidos por literatura e boa música.
Por que o sudeste nos trata com desinformação e zombaria? Aqui produzimos de celular a lâmina de barbear. E vários outros produtos, inclusive os refrigerantes que matam a sede venenosa daqueles que atacam um projeto que promove o desenvolvimento da Amazônia e preserva a nossa floresta.
Zezinho Corrêa, o artista que levou a música amazonense para o Brasil e o mundo, entra no salão. Seu repertório que iniciou com o sucesso do “Tic tic tac’, hoje é bem eclético. E canta Caetano Veloso: ”Isso aqui, ô, ô, é um pouquinho de Brasil iaiá. Desse Brasil que canta e é feliz, feliz, feliz”.
O Amazonas não é só um “pouquinho” de Brasil. Temos a maior floresta tropical do mundo. Sim. Cantamos e somos felizes. Temos dança que o boi balança e o povo de fora vêm para brincar, como também canta o Zezinho Corrêa no “Tic tic tac”.
O que o jornal paulista não explica é que os incentivos concedidos Às empesas do PIM – Polo Industrial de Manaus, não são financiamentos públicos. São benefícios fiscais vinculados à produção. Só usufruído quando ela é comercializada.
E Zezinho continua cantando a música do Caetano, que, na verdade, é do grande Ary Barroso: “É também um pouco de uma raça. Que não tem medo de fumaça ai, ai. E não se entrega não”.
Não nos entregamos. Nosso Hino do Amazonas sempre nos lembra: somos bravos. Bravos que sonham seu canto de lenda. Aos que lutam, mais vida e riqueza.
O projeto “Academia de Portas Abertas” da Academia Amazonense de letras seguirá até 21 de outubro com música, exposições, palestras e encontros com imortais e intelectuais manauaras.