Amigos do Fingidor

sexta-feira, 14 de agosto de 2020

Bolero's Bar 2

Ninguém me ama

Zemaria Pinto

 

Eu não sou o único. Basta olhar ao redor e ver a malta de fracassados. Mas eles não são todos iguais. Tem os fracassados do uísque, os fracassados da cerveja, os fracassados da cachaça. Os fracassados alegres, os fracassados tristes. O álcool e o fracasso se dão bem. Será a velhice? Os sonhos frustrados? As metas não cumpridas? Amor, só de aluguel e com o cronômetro ligado. Mas, o corpo pede sossego.  Viver foi viajar por uma noite sem luz, apenas a solidão a iluminar o caminho. E agora, que não há mais para onde ir, prolongaremos em nossos corpos inúteis a escuridão, o vazio, o nada.

 

Ninguém me ama (1952), de Antônio Maria (Recife-PE, 1921-1964) e Fernando Lobo (Recife-PE, 1915-1996). Samba-canção.


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