Castigo
Zemaria Pinto
Aí um
dia você explode. Joga todo o peso das costas pelos ares. E fica leve como o pó
que flutua na réstia de luz. Porque, quando você se dá conta da bobagem que fez,
você é apenas isso: poeira, sordidez, porcaria, lixo. E tudo começa com uma
briguinha. Aliás, com um acúmulo de briguinhas. Na verdade, o fim começa quando
você cansa do monturo de briguinhas acumuladas por anos. Voltar é um verbo que
eu não conjugo. Orgulho e castigo. Parece título de romance antigo. Ah, se a
gente já nascesse sabendo. Quanta lágrima seria evitada.
No Spotify, ouça a playlist Bolero’s Bar.