Pedro Lucas Lindoso
No dia
quatro de julho os americanos comemoram sua independência. Fim de semana de
feriadão e de festejos por lá. Fogos de artifícios, “pic-nics”, paradas e muita
bandeira americana tremulando país afora.
Alguém
já disse que o que é bom para os americanos é sempre bom para os brasileiros.
Há controvérsias. O fato é que eles são, aparentemente, bem mais patriotas do
que nós.
Quando
jovem, fiz intercâmbio no Estado de Ohio, no Meio Oeste americano. Levei uma
bandeira brasileira na mala. Ao mostrá-la, um jovem americano de pronto
comentou:
– Que
bandeira bonita! Mas logo, emendou: Mas a nossa é muito mais!
Na
América, o patriotismo é incentivado em casa, na escola e na vida comunitária.
No Brasil os homens esperam completar dezoito anos para se apresentar ao Exército
e jurar à nossa bandeira. O Juramento à bandeira é compromisso feito pelos
cidadãos homens após a dispensa do serviço militar. E as mulheres?
Os
americanos fazem esse juramento desde a mais tenra idade. É o “pledge of
allegiance”. Juramento este que expressa fidelidade à bandeira e à República
dos Estados Unidos.
É
recitado em todas as escolas americanas por alunos perfilados, com as mãos
sobre o coração. Sempre na presença do diretor da escola e dos professores.
Postam-se em fileiras ordenadas, em direção ao pavilhão americano. Cada aluno
faz a saudação à bandeira, que, de tanto fazê-lo, todo cidadão americano sabe o
“pledge of allegiance” de cor e salteado. E diz assim:
“Eu
juro fidelidade à bandeira dos Estados Unidos da América e para a República que
representa, uma nação, indivisível, com liberdade e justiça para todos. “
Certo
dia, durante o intercâmbio, me perguntaram se tínhamos um juramento parecido no
Brasil. Eu fiquei sem graça e recitei uma estrofe do nosso Hino Nacional. Como
era em português, ninguém entendeu nada. Acharam um pouco grande
Quando
se houve o hino “The star-spangled banner”, A bandeira estrelada, todos os
americanos se colocam empunhando a mão direita sobre o lado esquerdo do peito.
É a etiqueta, o protocolo ensinado nas escolas. Aqui uns fazem isso, outros
ficam em sentido, outros não fazem nada.
Dona
Honorina, minha professora de português do ginásio, costumava usar a letra de
nosso Hino Nacional para análise sintática e morfológica. Mandou analisar:
“Brasil, de amor eterno seja símbolo / o lábaro que ostentas estrelado”. Alguém
perguntou:
– O que
é lábaro, professora?