Amigos do Fingidor

terça-feira, 6 de julho de 2021

O que é lábaro?

Pedro Lucas Lindoso

 

No dia quatro de julho os americanos comemoram sua independência. Fim de semana de feriadão e de festejos por lá. Fogos de artifícios, “pic-nics”, paradas e muita bandeira americana tremulando país afora.

Alguém já disse que o que é bom para os americanos é sempre bom para os brasileiros. Há controvérsias. O fato é que eles são, aparentemente, bem mais patriotas do que nós.

Quando jovem, fiz intercâmbio no Estado de Ohio, no Meio Oeste americano. Levei uma bandeira brasileira na mala. Ao mostrá-la, um jovem americano de pronto comentou:

– Que bandeira bonita! Mas logo, emendou: Mas a nossa é muito mais!

Na América, o patriotismo é incentivado em casa, na escola e na vida comunitária. No Brasil os homens esperam completar dezoito anos para se apresentar ao Exército e jurar à nossa bandeira. O Juramento à bandeira é compromisso feito pelos cidadãos homens após a dispensa do serviço militar. E as mulheres?

Os americanos fazem esse juramento desde a mais tenra idade. É o “pledge of allegiance”. Juramento este que expressa fidelidade à bandeira e à República dos Estados Unidos.

É recitado em todas as escolas americanas por alunos perfilados, com as mãos sobre o coração. Sempre na presença do diretor da escola e dos professores. Postam-se em fileiras ordenadas, em direção ao pavilhão americano. Cada aluno faz a saudação à bandeira, que, de tanto fazê-lo, todo cidadão americano sabe o “pledge of allegiance” de cor e salteado. E diz assim:

“Eu juro fidelidade à bandeira dos Estados Unidos da América e para a República que representa, uma nação, indivisível, com liberdade e justiça para todos. “

Certo dia, durante o intercâmbio, me perguntaram se tínhamos um juramento parecido no Brasil. Eu fiquei sem graça e recitei uma estrofe do nosso Hino Nacional. Como era em português, ninguém entendeu nada. Acharam um pouco grande

Quando se houve o hino “The star-spangled banner”, A bandeira estrelada, todos os americanos se colocam empunhando a mão direita sobre o lado esquerdo do peito. É a etiqueta, o protocolo ensinado nas escolas. Aqui uns fazem isso, outros ficam em sentido, outros não fazem nada.

Dona Honorina, minha professora de português do ginásio, costumava usar a letra de nosso Hino Nacional para análise sintática e morfológica. Mandou analisar: “Brasil, de amor eterno seja símbolo / o lábaro que ostentas estrelado”. Alguém perguntou:

– O que é lábaro, professora?