Amigos do Fingidor

terça-feira, 4 de janeiro de 2022

Um ano sem epidemias e terremotos

 Pedro Lucas Lindoso

 

Terminamos mais um ano ainda sob a pandemia do covid19. A humanidade nunca esteve livre de pandemias e grandes desastres ecológicos. Principalmente nas formas mais brandas que são as epidemias e os terremotos de menor escala.

 Ao longo da história foram muitas as epidemias que mataram milhões de pessoas.  Epidemia de varíola no Japão, a Peste Negra, cólera, tuberculose, Gripe Espanhola, e outras. Mais recentemente a Pandemia de Aids (1980 até a atualidade); Pandemia de Sars (2002-2004) e essa que nos assola, esse abominável Corona vírus.

E os terremotos? Em 31 de janeiro deste ano que acaba, reflexos de um abalo sísmico de 5,7 de magnitude, cujo epicentro foi registrado a cerca de 460 quilômetros da capital da Guiana, Georgetown, foi percebido por moradores de Manaus.

Em agosto de 2017 um terremoto no Peru atingiu 8.0 na escala Richter. A força do tremor e a pequena profundidade facilitaram a disseminação de suas ondas. Isso fez com que nós manauaras sentíssemos a terra tremer. Eu me encontrava no quarto andar do Edifício Petrobras e senti o abalo. Desci as escadas correndo. Foi a segunda vez que um terremoto me pegou em ambiente de trabalho.

Em junho de 2008 eu me encontrava na Refinaria da Petrobras, aqui em Manaus. Dias antes haviam mudado o mobiliário do escritório em razão de um estudo ergonômico implementado pelo RH da companhia.   Quando houve o tremor eu inocentemente acreditei que se tratava de algum dispositivo de relaxamento acoplado às novas cadeiras ergonômicas. Ledo engano. A terra tremeu. Nesse dia os manauaras sentiram os reflexos de um forte terremoto de magnitude 8 ocorrido no Peru, que causou muitas mortes por lá.

Mas o primeiro terremoto a gente nunca esquece. O Jornal do Comércio está republicando as primeiras páginas dos jornais de 1963. Em meados de dezembro daquele ano houve um terremoto em que a terra tremeu por 30 segundos, conforme a manchete do JC de 15 de dezembro de 1963.

Eu era um garoto de seis anos de idade. Jamais esqueci. Morava na rua Henrique Martins, em frente ao SESC. O Pessoal saiu do prédio gritando. Era por volta de oito da noite e eu estava me preparando para dormir. Meus pais não estavam em casa. Estávamos sob os cuidados de uma prima de meu pai. Prima Erzila gritava histericamente, nos fazendo mais medo do que o abalo em si.

O JC informava que “as pessoas que estavam no cinema Avenida e Odeon os abandonaram aterrorizadas, assim como os moradores do IAPETC desceram para a Praça Pedro II”.

O que desejo para o Ano Novo? Um ano sem epidemias e terremotos. Afinal o Brasil irá comemorar 200 anos de sua independência.