Pedro Lucas Lindoso
Terminamos
mais um ano ainda sob a pandemia do covid19. A humanidade nunca esteve livre de
pandemias e grandes desastres ecológicos. Principalmente nas formas mais
brandas que são as epidemias e os terremotos de menor escala.
Ao longo da história foram muitas as epidemias
que mataram milhões de pessoas. Epidemia
de varíola no Japão, a Peste Negra, cólera, tuberculose, Gripe Espanhola, e
outras. Mais recentemente a Pandemia de Aids (1980 até a atualidade); Pandemia
de Sars (2002-2004) e essa que nos assola, esse abominável Corona vírus.
E os
terremotos? Em 31 de janeiro deste ano que acaba, reflexos de um abalo sísmico
de 5,7 de magnitude, cujo epicentro foi registrado a cerca de 460 quilômetros
da capital da Guiana, Georgetown, foi percebido por moradores de Manaus.
Em
agosto de 2017 um terremoto no Peru atingiu 8.0 na escala Richter. A força do
tremor e a pequena profundidade facilitaram a disseminação de suas ondas. Isso
fez com que nós manauaras sentíssemos a terra tremer. Eu me encontrava no
quarto andar do Edifício Petrobras e senti o abalo. Desci as escadas correndo.
Foi a segunda vez que um terremoto me pegou em ambiente de trabalho.
Em
junho de 2008 eu me encontrava na Refinaria da Petrobras, aqui em Manaus. Dias
antes haviam mudado o mobiliário do escritório em razão de um estudo ergonômico
implementado pelo RH da companhia.
Quando houve o tremor eu inocentemente acreditei que se tratava de algum
dispositivo de relaxamento acoplado às novas cadeiras ergonômicas. Ledo engano.
A terra tremeu. Nesse dia os manauaras sentiram os reflexos de um forte
terremoto de magnitude 8 ocorrido no Peru, que causou muitas mortes por lá.
Mas o
primeiro terremoto a gente nunca esquece. O Jornal do Comércio está
republicando as primeiras páginas dos jornais de 1963. Em meados de dezembro
daquele ano houve um terremoto em que a terra tremeu por 30 segundos, conforme
a manchete do JC de 15 de dezembro de 1963.
Eu era
um garoto de seis anos de idade. Jamais esqueci. Morava na rua Henrique Martins,
em frente ao SESC. O Pessoal saiu do prédio gritando. Era por volta de oito da
noite e eu estava me preparando para dormir. Meus pais não estavam em casa.
Estávamos sob os cuidados de uma prima de meu pai. Prima Erzila gritava
histericamente, nos fazendo mais medo do que o abalo em si.
O JC
informava que “as pessoas que estavam no cinema Avenida e Odeon os abandonaram
aterrorizadas, assim como os moradores do IAPETC desceram para a Praça Pedro
II”.
O que
desejo para o Ano Novo? Um ano sem epidemias e terremotos. Afinal o Brasil irá
comemorar 200 anos de sua independência.