Pedro Lucas Lindoso
Urucará
é uma cidade muito simpática e não muito longe de Manaus. Pode-se ir de carro
até Itapiranga, pela AM 363. A distância é de cerca de 350 km. Leva-se ainda
uma hora de lancha até a sede do Município.
Vale a
pena. A cidade é simpática e os habitantes são acolhedores. Estive lá com o
projeto Literatura Caminhante, coordenado pelo professor Paulo Queiroz.
Foi com
grande alegria que conheci o professor Joaquim Marques. Ele trabalha no Ensino
Fundamental em Urucará. Tornou-se um escritor infantil com foco em lendas
amazônicas. Joaquim Marques fez uma releitura da lenda do boto. Em sua versão,
o sedutor mamífero aquático se transforma em professor e vem ensinar letramento
às crianças de Urucará.
Com o
sucesso do Boto Professor, Joaquim Marques vai lançar em breve a Lenda do
Tucumã. As lendas amazônicas geralmente têm como personagens um jovem guerreiro
e uma cunhã-poranga, a moça mais linda da tribo. Algumas dessas lendas explicam
como surgiram algumas frutas ou seres mitológicos amazônicos. Há lendas explicando
o guaraná, o açaí. E agora Joaquim Marques nos apresenta a lenda do tucumã.
Na
região de Urucará havia a tribo dos Burubus. Nessa tribo existia uma índia
muito bonita chamada Iná. A tribo vizinha era a tribo Caboquenas. Eram tribos
rivais. Entre os caboquenas havia um índio guerreiro belo e forte chamado Cumã.
Nos
arredores de Urucará há muita palmeira de tucumã. Fruto gostoso e muito
apreciado pelos amazonenses. Inclusive é o ingrediente principal do sanduíche
mais famoso da região. O X-caboquinho.
Não vou
contar o final para não estragar a surpresa. O professor Joaquim me disse que
imaginou a lenda há uns 30 anos atrás, quando de sua formação para professor do
fundamental.
Soube
que a origem da palavra Urucará seria a junção das palavras indígenas uru –
cesto de palha, e cará que é um dos nomes dados ao inhame da Amazônia. Seria
essa possivelmente a inspiração do Professor Joaquim para criar o nome do
gostoso e nutritivo tucumã.
A
junção do nome do guerreiro herói Cumã com o pronome pessoal tu. Para saber a
estória de Cumã e Iná, aguardem o livro do professor e amigo Joaquim Marques.
Caboclo urucaraense, escritor e meu confrade na Academia de Letras, Ciências e
Cultura da Amazônia. ALCAMA.
Enquanto
aguardamos o livro vamos saboreando o gostoso tucumã. Com café ou no
X-caboquinho, além de saboroso é bastante nutritivo.