Pedro Lucas Lindoso
Nesse
dia dos pais estou me sentindo muito próximo de meus mortos. Meus pais, tios e avós
que já estão no outro plano, mas por alguma razão sinto-os bem próximos. Nada mórbido
ou triste. Uma saudade significativa, é verdade. Mas simplesmente saudade. No significado
mais brasileiro que esta palavra tem. Uma conotação própria do Português.
Saudade, simplesmente saudade. Repito.
O mês
de agosto é carregado desse sentimento com relação ao meu pai. Não somente pelo
dia dos pais, mas porque seu aniversário de nascimento é no dia 21 de agosto.
Em muitos países o dia dos pais é comemorado em junho. Mas aqui esse mês é dos
namorados. Sabemos que são datas incentivadas pelo comércio para consumir. Dar
presentes. Mas, e daí? É sempre uma oportunidade de exercitar as tão
necessárias demonstrações de afeto, de amor e consideração.
Com o
passar dos anos vamos adquirindo coisas e conhecendo pessoas. Mas perdemos
muitas. Nos são levadas pessoas que nos foram importantíssimas na juventude. Há
uma fase da vida em que vamos adquirindo coisas e habilidades. Para depois perdê-las.
Observo
minhas netinhas. As que são ainda bebezinhas estão adquirindo a habilidade de
falar, de andar, de pedir e de contestar. Começam a expressar amor, ciúmes e
desapontamentos. É um período de aquisições, de constante aprendizado. E haja
responsabilidade para ensinar o certo, o adequado, o caminho mais seguro.
E aí
vem a responsabilidade do pai. Nem todos têm ou tiveram o privilégio de ter
tido pais presentes. A circunstâncias da vida e a história de cada um explica o
porquê de crianças terem sido criadas sem a presença efetiva de seu genitor.
Não nos cabe aqui analisar, censurar ou diagnosticar as causas desse problema.
Vamos louvar os pais presentes. E também aqueles que a nossa memória afetiva e
saudosa permite.
Muitas
pessoas me dizem que meu pai foi uma pessoa importante. Eu concordo. Meu pai
foi importante principalmente por ser meu pai, por ser esposo de minha mãe, um
tio legal, um irmão bom, um filho dedicado e principalmente por ser amigo de seus
amigos. E um grande amigo de seus filhos.
Como
pai e avô esse é o meu conselho aos pais. Sejam amigos de seus filhos. Sem
nunca perder a autoridade, porém. Seja sempre um pai presente e participativo.
É preciso e necessário acompanhar o rendimento escolar de seus filhos e estar
constantemente disponível para explicar, ensinar e orientar.
Um
feliz dia dos pais!