Amigos do Fingidor

terça-feira, 15 de agosto de 2023

Dia dos pais

Pedro Lucas Lindoso

 

Nesse dia dos pais estou me sentindo muito próximo de meus mortos. Meus pais, tios e avós que já estão no outro plano, mas por alguma razão sinto-os bem próximos. Nada mórbido ou triste. Uma saudade significativa, é verdade. Mas simplesmente saudade. No significado mais brasileiro que esta palavra tem. Uma conotação própria do Português. Saudade, simplesmente saudade. Repito.

O mês de agosto é carregado desse sentimento com relação ao meu pai. Não somente pelo dia dos pais, mas porque seu aniversário de nascimento é no dia 21 de agosto. Em muitos países o dia dos pais é comemorado em junho. Mas aqui esse mês é dos namorados. Sabemos que são datas incentivadas pelo comércio para consumir. Dar presentes. Mas, e daí? É sempre uma oportunidade de exercitar as tão necessárias demonstrações de afeto, de amor e consideração.

Com o passar dos anos vamos adquirindo coisas e conhecendo pessoas. Mas perdemos muitas. Nos são levadas pessoas que nos foram importantíssimas na juventude. Há uma fase da vida em que vamos adquirindo coisas e habilidades. Para depois perdê-las.

Observo minhas netinhas. As que são ainda bebezinhas estão adquirindo a habilidade de falar, de andar, de pedir e de contestar. Começam a expressar amor, ciúmes e desapontamentos. É um período de aquisições, de constante aprendizado. E haja responsabilidade para ensinar o certo, o adequado, o caminho mais seguro.

E aí vem a responsabilidade do pai. Nem todos têm ou tiveram o privilégio de ter tido pais presentes. A circunstâncias da vida e a história de cada um explica o porquê de crianças terem sido criadas sem a presença efetiva de seu genitor. Não nos cabe aqui analisar, censurar ou diagnosticar as causas desse problema. Vamos louvar os pais presentes. E também aqueles que a nossa memória afetiva e saudosa permite.

Muitas pessoas me dizem que meu pai foi uma pessoa importante. Eu concordo. Meu pai foi importante principalmente por ser meu pai, por ser esposo de minha mãe, um tio legal, um irmão bom, um filho dedicado e principalmente por ser amigo de seus amigos. E um grande amigo de seus filhos.

Como pai e avô esse é o meu conselho aos pais. Sejam amigos de seus filhos. Sem nunca perder a autoridade, porém. Seja sempre um pai presente e participativo. É preciso e necessário acompanhar o rendimento escolar de seus filhos e estar constantemente disponível para explicar, ensinar e orientar.

Um feliz dia dos pais!