Pedro Lucas Lindoso
Cresci
ouvindo que não deveria se economizar no uso das palavras obrigado, por favor,
com licença, desculpe-me e suas variações. Tia Idalina, didaticamente, ensina
às crianças que são palavras mágicas.
Em
Portugal usa-se muito “bem haja’. É escrita sem hífen e usada como forma de
agradecimento. Portanto, é sinônimo de muito obrigado. É um desejo que você
tenha tudo de bom. Bem haja, no singular, deve ser usado no agradecimento de
apenas uma pessoa. Bem hajam, no plural, deve ser usado no agradecimento de mais
do que uma pessoa.
Assim
como obrigado é usado por homens e obrigada por mulheres. As portuguesas
raramente erram. Mas há brasileiras que agradecem erradamente a vida toda. Uma
professora de português me disse que a língua é machista. Para as mulheres é
bem mais difícil falar corretamente.
Os
americanos ao aprender o português acham muito interessante que haja “thank
you” para homens, ou seja obrigado e outro para mulheres, obrigada. Em época de
“todes” pode ser que venha a colar o “obrigade”. Ou não.
O fato
é que a língua é dinâmica e evolui. O mesmo idioma varia no tempo e espaço.
Vossa mercê virou vós mecê e hoje é você.
Peguei
um táxi certa vez. E lhe pedi: Vieiralves, por obséquio. No que o motorista
respondeu que iria pegar a avenida Djalma Batista, pois não sabia ir “por
obséquio”.
Voltando
aos agradecimentos. Nós brasileiros costumamos responder ao obrigado de
diversas formas: “Por nada!”, “Não há de quê!”, “De nada!”, “Não seja por
isso!”, “Obrigado você!, “Obrigado eu!”
No
Inglês, a forma mais comum de se responder ao “thank you” é com a expressão
“You are welcome”, que também significa seja bem-vindo. Usa-se ainda “any time”
e também a expressão “don’t mention it’, dentre outras.
Em São
Paulo a resposta que mais ouvi para o obrigado foi “imagina!” A expressão é
muito comum entre os paulistas. Serve também para reforçar o que é verdadeiro e
possível. As vezes pode ter o sentido de aprovar, despreocupar e concordar ao
mesmo tempo. Mas predomina como resposta ao obrigado.
No Rio
de Janeiro, onde se troca muito e por i ouvi, um muito obrigado assim: agradecido.
Ou melhor “gradicido”. Imagina?