Madrepérola
Nelson Castro
Para Isley Ramalho
Nos interlúdios de silêncio
sempre me busco
com o olhar em paralaxe.
Comove-me a gravidez
de um átomo.
O centro de gravidade
de todo ser
em forma e conteúdo.
Há um significado,
entre uma palavra e outra,
que é preciso desvendar o sentido,
o não aprendido,
o não dito digno de louvor.
É preciso aprender com a concha
a ouvir o canto do mar.
Aprender com o gesto
contido no incomum
da madrepérola.
[...]
É preciso sentir a natureza.
Aprender com a ostra
a transformar os resíduos
em signo de beleza.