Amigos do Fingidor

segunda-feira, 7 de maio de 2012

A literatura amazonense contemporânea – nota de abertura

Allison Leão e Vera do Val

Antes de começarmos esta conversa sobre Literatura amazonense contemporânea, acreditamos que algumas coisas devem ser postas às claras. Louvamos o trabalho da empresa contratada para a organização e execução deste evento. Louvamos a curadoria do Rogério, que se esmerou em trazer para nosso convívio nomes significativos da Literatura brasileira. Obrigado, Rogério. Mas existe em tudo isso um ruído que atordoa e nos deixa perplexos. As ausências. Ninguém fez e faz mais pela Literatura em Manaus do que Tenório Teles. Ninguém conhece mais esta nossa Literatura que Marcos Frederico Krüger. Ambos, heróis intrépidos, vêm batalhando por anos a fio e todos sabemos disso. A ausência deles, e de outros, torna este evento incompleto.

A Literatura não se prostitui, embora, às vezes, alguns escritores, sim. A literatura não abraça aqueles que melhor pagam. O livro é um objeto e, como tal, um objeto de mercado. Mas a Literatura está aquém do mercado e está além do livro. A Literatura, que fazemos com tanto suor e dor, não se presta a ingratidões. Portanto, deixamos aqui nossa homenagem a estes ausentes.

Obrigado, Tenório Teles. Obrigado, Marcos Frederico Krüger. Obrigado, Literatura.



Obs: texto lido pelos escritores Allison Leão e Vera do Val na abertura do debate sobre a literatura amazonense contemporânea, na Bienal do Livro Amazonas, noite de sexta-feira, 04.05.2012.