Allison Leão e Vera do Val
Antes de começarmos esta
conversa sobre Literatura amazonense contemporânea, acreditamos que algumas
coisas devem ser postas às claras. Louvamos o trabalho da empresa contratada
para a organização e execução deste evento. Louvamos a curadoria do Rogério,
que se esmerou em trazer para nosso convívio nomes significativos da Literatura
brasileira. Obrigado, Rogério. Mas existe em tudo isso um ruído que atordoa e
nos deixa perplexos. As ausências. Ninguém fez e faz mais pela Literatura em
Manaus do que Tenório Teles. Ninguém conhece mais esta nossa Literatura que
Marcos Frederico Krüger. Ambos, heróis intrépidos, vêm batalhando por anos a
fio e todos sabemos disso. A ausência deles, e de outros, torna este evento
incompleto.
A Literatura não se
prostitui, embora, às vezes, alguns escritores, sim. A literatura não abraça
aqueles que melhor pagam. O livro é um objeto e, como tal, um objeto de
mercado. Mas a Literatura está aquém do mercado e está além do livro. A
Literatura, que fazemos com tanto suor e dor, não se presta a ingratidões.
Portanto, deixamos aqui nossa homenagem a estes ausentes.
Obrigado, Tenório Teles.
Obrigado, Marcos Frederico Krüger. Obrigado, Literatura.
Obs: texto lido pelos escritores Allison Leão e Vera do Val na abertura do debate sobre a literatura amazonense contemporânea, na Bienal do Livro Amazonas, noite de sexta-feira, 04.05.2012.