Tainá Vieira
Culturas chilenas em
Santiago
Santiago
é uma cidade linda, limpa e cara, mas tem um povo hospitaleiro, uma culinária
excepcional (tirando o abacate, influência do Peru) e uma cultura muito rica.
Cheguei a Santiago exatamente à hora do almoço, e fui direto ao Mercado
Central, conhecer o congrio, um peixe
típico do Pacífico chileno. O congrio que degustei era frito, acompanhado de
batatas fritas (bem amarelas), muitas rodelas de tomates bem vermelhos e
pimentões bem verdes. Era um prato bonito e colorido. Como estava no Chile não
poderia deixar de tomar uma boa taça de vinho. Pedi o da casa, um Chadornnay.
Gostei do congrio, mas acho que ele perde para o nosso tambaqui. Já o vinho,
gostaria de tomar uma taça todo dia.
O
meu roteiro por Santiago era conhecer os pontos turísticos da cidade e só
depois ir às cidades da costa (Viña del Mar, Valparaiso) e molhar os pés no
oceano Pacífico. Um dos pontos mais badalados de Santiago é a Plaza de Armas,
que fica no centro histórico. Lá há uma quantidade de bares, lojas e outros
lugares interessantes para conhecer. Há monumentos históricos como a igreja
Metropolitana de Santiago, construída no século XIX, o correio Central, o Museu
Histórico Nacional. Pode-se chegar a Plaza de Armas de metrô. Aliás, Santiago
tem cinco linhas de metrô, alcançando todos os lugares bacanas da área urbana.
Há outras coisas interessantes para um turista conhecer nos arredores da Plaza
de Armas, como os famosos café con
piernas (bom para os homens). Há uma espécie plataforma na qual as
garçonetes ficam mais altas e é possível visualizar suas pernas, vestidas em
microssaias sensuais. Há também casas de
câmbio para trocar alguns reais por muitos milhares pesos chilenos. E de hora
em hora há manifestações pacíficas – contra ou a favor de alguma coisa. Enfim,
a Plaza de Armas é um mundo em Santiago.
Falando
de reais e pesos, o turista brasileiro não pode se enganar: troca-se 1 real por
235 pesos chilenos (em média), mas não se compra nada com esse monte de pesos.
Se os chilenos resolverem tirar três zeros de sua moeda, 1 real passará a valer
24 centavos de peso; e 1 dólar, 48 centavos. Quem é mais valorizado? Uma água mineral varia de 850 pesos (na rua)
a 2.500 pesos (no hotel). Faça as contas: de 3,60 a 10,65 reais. E quem vai a
Santiago pensando em tomar muito vinho, desista. O vinho chileno é feito para
exportação. Logo, o que se encontra é muito caro. Mas os chamados “vinhos da
casa”, vendidos em taças com cerca de 200 ml, são invariavelmente bons e
relativamente baratos: una copa sai
por algo entre 2.000 e 5.000 pesos, dependendo do lugar. O que se vê nos bares,
principalmente entre os jovens, é que o santiagueño
gosta mesmo é de cerveja. Nesse item, aliás, eles preferem as importadas: brasileñas e americanas.
Outro
lugar que todo turista precisa e deve conhecer em Santiago é o famoso Mercado
Central. É um mercado como outro
qualquer, com uma imensa variedade de frutos do mar, peixes, restaurantes,
empórios, pessoas, só que é em Santiago. A grande atração é a centolla, uma espécie de caranguejo
gigante, que serve a duas pessoas e custa em torno de 80 mil pesos. Não dá pra
comer centolla todo dia... O museu de
Belas Artes de Santiago é grande e belo, cheio de esculturas lindas, quadros
diferentes e significativos, vale a pena conhecer. Outro lugar famosíssimo em
Santiago é o Pátio Bellavista, com entradas pelas ruas da Constitución e Pio
Nono, no bairro Bellavista. Um point
cultural e gastronômico. Lá se encontram grandes variedades de restaurantes com
mostras de culinária do mundo inteiro. Pode-se comer peixes, massas, carnes. Beber
pisco, vinho, cerveja – e até a nossa gloriosa cachaça. O restaurante pelo qual
fiquei encantada foi o Como água para
chocolate, que, como o filme e o livro de Laura Esquivel, também é
mexicano. Não fica no pátio, mas do ladinho. O lugar é lindo, bem decorado, com
um colorido no limite do kitsch, mas
sem sê-lo. Comida deliciosa. Nesse restaurante paga-se muito, mas come-se e
bebe-se bem. No Pátio Bellavista há uma
quantidade de lojas de artesanato. É imperdoável uma mulher ir a Santiago e não
trazer de lá uma joia de lapis laluzi,
uma pedra preciosa que só existe no Chile e no Afeganistão – pelo menos, foi o
que me disseram. Mesmo sendo muito caro, vale a pena trazer uma lapis laluzi de lembrança. O Parque
Arauco é “o” shopping da cidade. Imenso e com muitas variedades de lojas,
chamou-me a atenção o fato do lugar ser um point
gastronômico: em vez das indefectíveis fast-food,
como no Brasil, lá predominam grandes restaurantes. É difícil até escolher onde
almoçar. Mas antes de conhecer tudo isso
é necessário fazer um city tour pela
capital chilena. A partir daí fica mais fácil para o turista saber ao certo os
lugares que se deve conhecer. E, é claro, é uma sensação única, você
percorrendo Santiago do Chile, sentido a brisa daquela cidade no rosto, gastando
pesos chilenos aos milhares: é como se sentir rainha em terra alheia.
Fotos: Tainá Vieira.
Parreira da vinícola orgânica Emiliana, no Vale Casablanca. |
A cordilheira dos Andes, a 3.000 metros. |