Amigos do Fingidor

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Panapaná



Pedro Lucas Lindoso

Encontrei-me com Dr. Chaguinhas no Tribunal. Comentávamos com entusiasmado sobre a Semana  Internacional de Museus, cujo dia é comemorado em 18 de maio. Disse a ele que o Dr. Adalberto Karim Antônio, juiz e articulista do Jornal do Commercio, fez excelente palestra sobre museus e sustentabilidade na sede do IGHA – Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas. Naquela manhã, o museu do Instituto recebia um grupo grande de alunos de uma escola pública.
Chaguinhas é um apaixonado por museus. Ao ponto de passar vinte dias de férias em Paris, exclusivamente dedicados a visitação do Louvre.
Chaguinhas não se conforma com o fechamento do Museu de Ciências Naturais da Amazônia, que ficava localizado na Colônia dos Japoneses, aqui em Manaus. Conhecido como Museu do Japonês.
Por lá, havia coleções de animais empalhados e um vasto acervo em taxionomia. Parte da Botânica e da Zoologia que trata da descrição, identificação e classificação, o acervo taxionômico do museu em borboletas, insetos, aranhas e peixes raros da região era significativo e não deveria ser relegado ao abandono e fechamento definitivo.
 Um aquário enorme abrigava pirarucus e tambaquis.  Esses provavelmente já foram objeto de nutrição para humanos, mas onde estariam os insetos, os enormes besouros e as fabulosas aranhas amazônicas?
Chaguinhas já foi um exímio colecionador de borboletas e não se cansa de indagar pelo destino da coleção de borboletas do acervo do Museu de Ciências Naturais.
Perguntei a ele o que o atraia tanto nas borboletas. Chaguinhas me disse que era a metamorfose. A transformação de um ser em outro. A Mudança de forma e de estrutura que ocorre no monstro lagarta ao se transformar na bela borboleta.
– Se você souber onde se encontra aquele maravilhoso panapaná, que estava no Museu do Japonês, me avisa.
– O que é panapaná, Chaguinhas?
– Então você não sabe? É o coletivo de borboletas.