Amigos do Fingidor

terça-feira, 18 de outubro de 2016

Entre floradas, uma mangueira ferida



Pedro Lucas Lindoso

Estamos no mês de setembro quando começa a primavera e se comemora o dia da árvore. Pude observar que alguns ipês da Avenida Djalma Batista nos brindam com uma simpática florada. Um presente para Manaus nesta primavera. Espera-se que seja a primeira de muitas floradas. Um presente da natureza aos cem anos do homem que dá nome à avenida. Amante da nossa biodiversidade, médico, cientista e grande conhecedor da Amazônia, Djalma Batista é merecedor. Além dos ipês, a Academia Amazonense de Letras e o IGHA – Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas também se reflorescem em homenagens ao grande amazônida e saudoso confrade.
Mas nem tudo são flores. Converso com Alcimar, taxista cujo ponto de apoio é na Estrada dos Franceses, em frente ao condomínio Ouro Verde. O rapaz está desolado. Há uma mangueira que além de bons frutos fornece aos bravos taxistas do local sombra reconfortante e acalentadora. Sombra tão necessária em nossa Manaus de clima quente e úmido. Desafortunadamente, algum “desconhecido do bem”, saiu cortando ao redor da frondosa árvore, envenenando-a.
Um grupo de indignados taxistas que fazem ponto no local resolveram se cotizar para tentar salvar a mangueira ferida. Foram à tradicional Casa do Campo, que se localizada na Avenida Djalma Batista, ora abençoada pela florada de ipês.
O solícito vendedor prescreveu um medicamento para salvar a mangueira vítima de um desatinado insano.  Garantiu aos taxistas que ela sobreviveria ao intolerável ataque sofrido.
Os taxistas desconhecem o malfeitor e não sabem explicar as razões do ato execrável. A mangueira continua sofrida e parecendo estar quase morta. O único conforto para a moçada do ponto é que o rapaz da Casa do Campo garantiu que a mangueira ficaria boa.
Se vivo fosse, o Dr. Djalma Batista ficaria feliz em ver as floradas na avenida que leva seu nome. Igualmente, contente pelas homenagens e seminários na Academia Amazonense de Letras. Mas ficaria muito indignado em saber que há uma mangueira dolosamente ferida de morte na Estrada dos Franceses.