Amigos do Fingidor

terça-feira, 31 de julho de 2018

Saudável é jaraqui



Pedro Lucas Lindoso


A conversa girava em torno de comida saudável. Tia Idalina repete sempre que “você é o que você come”. Titia conta que nos anos setenta foi “macrobiótica”. E explica:
– Era moda aqui em Copacabana. Havia um restaurante macrobiótico aqui perto de casa. Resolvi testar a macrobiótica para emagrecer. Comia-se principalmente o arroz integral assim como outros cereais, legumes e leguminosas. Tomava-se muito chá. Coisa de oriental. Dizia o tal mestre dono do restaurante que a macrobiótica valoriza o poder energético dos alimentos. A dieta busca um equilíbrio entre as propriedades “yin” e “yang” que são duas forças opostas.
Depois de seis meses tia Idalina desistiu da macrobiótica. Emagreceu. Ficou saudável, porém muito triste. Não conseguiu balancear o “yang” e o “yin”. Segundo Idalina, de comedora de carne “yang”, virou comedora de arroz e leguminosas “yin”. Hoje titia é adepta da “low carb” e faz jejum intermitente.
No momento tia Idalina está interessadíssima no kefir.  Disse-me que é alimento natural que pode ser usado de diversas formas na culinária. Cuida do seu corpo de dentro para fora, explica.
Conheci um restaurante macrobiótico em Brasília. A comida pode ser até saudável, mas não é nada gostosa.
Há um antigo e prestigiado escritório de advocacia trabalhista em Brasília – Riedel de Figueiredo e Advogados Associados.  Ulisses Riedel é o chefe do clã que já soma seis gerações de vegetarianos. O escritório existe há vários anos e sempre teve apoio de uma excelente cozinha vegetariana. Hoje se dizem veganos. Eles agora fundaram um dos melhores restaurantes saudáveis e veganos de Brasília, o Supren Verda. Dr. Ulisses Riedel explica que, em esperanto, supren significa ascensão e verda, verde.
Diferente dos macrobióticos, a comida lá é bem palatável. E claro, saudável.
Meu colega Sidnei não se considera vegetariano nem vegano. Mas preocupa-se em comer alimentos orgânicos. Li no Jornal do Commercio que o setor de orgânicos deve crescer 20% este ano e movimentar acima de R$ 4 milhões. Sidnei evita carne vermelha e dá preferência para carnes brancas e peixes, desde que certificadas e orgânicas. Abomina alimentos com glúten e lactose. Não come açúcar. Também é adepto do “low carb”.
Em minha opinião, saudável e muito gostoso mesmo são nossos peixes amazônicos. Principalmente o tambaqui e o jaraqui.
E como diz o caboclo: “quem come jaraqui não sai mais daqui”.