Publicado no Jornal do Commercio, Manaus, 26 de maio
de 1955. Pesquisa: Roberto Mendonça. |
Walquíria Líquida
(À Cerveja)
Farias de Carvalho
(do Clube da Madrugada)
Para o Coronel Costa Lima, com as continências do
estilo.
Loira, como as auroras e
os trigais;
pura, como o romance que há nos
ninhos;
és a chave de todos os caminhos,
princesa dos pecados noturnais.
E quando espumas, fulva,
nos cristais,
rendados de topázios e de arminhos,
tens o sabor de espasmos e carinhos,
deusa pagã das minhas bacanais.
Fazes parte de mim.
Serenamente,
as fronteiras do real venço e
transponho,
quando me entrego a ti, avidamente.
E, teus amantes, dormem
em ti submersos
os sonolentos cisnes do meu sonho
e os bordados doirados dos meus
versos!
Obs1: Peço
perdão ao querido Farias, por mexer na pontuação do poema: espero estar
corrigindo não o poeta, mas o sacana do linotipista, que, sob o efeito de umas Walquírias,
trocou os tipos.
Obs2: esse
primeiro terceto é uma obra-prima!