Amigos do Fingidor

terça-feira, 23 de abril de 2019

“Les Feuilles Mortes”, “La Vie En Rose”, “La Boheme”



Pedro Lucas Lindoso


Enquanto na Europa é primavera, aqui no hemisfério sul estamos no outono. Estação onde predominam as folhas secas. Os franceses chamam essas folhas de folhas mortas. “Les Feuilles Mortes”. Nome de canção de Jacques Prévert, imortalizada na voz de Yves Montand e de Edith Piaf. Essa canção e a famosa “La Vie en rose” são a essência de Paris. Canções significativas da cidade luz para muitos e por todo o mundo afora.
A tragédia que abateu Paris e o mundo nesta Semana Santa de 2019 nos deixa atormentados e melancólicos. Yves Montand e Edith Piaf já não estão entre nós. São personagens do século passado. Mas ainda completamente entranhados na memória dos franceses. Assim como daqueles que admiram a cultura desses teimosos e relutantes gauleses. Desde os tempos imemoriais. Vejam estes versos:
“Naqueles dias, a vida era bela,
E o sol mais quente do que hoje.
As folhas mortas coletadas com a pá.
Você vê, eu não me esqueci...”
E quem pode esquecer Paris? Nem mesmo aqueles que a conhecem só de fotos e filmes.
Meditava na utilidade das folhas. Folhas secas para nós, folhas mortas para os franceses. E aí pensei que aquelas folhas caíram não porque eram inúteis e não prestavam mais. Elas caíram porque tinham dado a vida.
Já os versos de “La vie en rose” são mais românticos e remetem mesmo a uma vida mais cor-de-rosa.
Contudo, não se pode falar de ‘’chansoniers” sem mencionar Charles Aznavour. Falecido em 2018, é o cantor francês mais popular do século 20. Ao longo de seus 80 anos, compôs clássicos como “La Bohème”, “She”, “Hier Encore” e muitas outras músicas!
O que aconteceu em Paris foi uma triste tragédia. A música nos inspira, mas também nos consola. É chavão, mas quem canta seus males espanta.
Estamos na Semana Santa. Acreditamos que Ele nos deu a Sua vida para nos salvar. Temos que acreditar que os valorosos e irredutíveis gauleses vão reconstruir sua bela e majestosa catedral. Já há milhões de euros em doações. A catedral de Notre Dame vai ressurgir das cinzas. Para gáudio de toda a Humanidade.