Amigos do Fingidor

sexta-feira, 4 de setembro de 2020

Bolero's Bar 5

 Quizás, quizás, quizás

Zemaria Pinto

 

Talvez é uma palavra terrível, na sua carga de incerteza e desesperança. É mais cruel que o não, mais dolorido que o silêncio. Enquanto isso, passas de mão em mão, borboleteando pela pista de dança, e eu me perguntando, humilhado: quando? Chegada a minha vez, esperando a pergunta de sempre, me encontras de olhos baixos e lábios trêmulos, balbuciando a mesma resposta. Entre a tua insegurança e o meu desespero, o nosso tempo se esvai na vertigem de mais uma madrugada perdida.

 

Quizás, quizás, quizás (1947), de Oswaldo Farrés (Cuba, 1903-1985). Bolero.

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