Zemaria Pinto
Derivado do III Colóquio Internacional Poéticas do Imaginário, este livro vem
reafirmar o sucesso de um evento de grande magnitude que não se deixa cair no
erro da repetição de velhas fórmulas. Antes, o primado aqui é a originalidade.
O desafio começa logo no título – Amazônia:
literatura e cultura. Qual Amazônia? Todas. Porque a Amazônia só pode ser
pensada a partir de sua diversidade: continental.
Como afluentes do grande rio que a
navega ao meio, os assuntos se expandem e se multiplicam nas mais diversas cores
e direções: da literatura à história, a produção cultural amazônida está aqui
repensada desde as manifestações orais – ancestrais – até a contribuição/contaminação
imigrante, passando pela viagem que essa cultura faz para fora de si mesma.
Não
citarei nomes para não explicitar preferências por um ou outro texto, pois no
final eles se completam, formando um grande painel desse caldeirão cultural
amazônico. Mas é preciso registrar a
presença luminosa de Astrid Cabral – a professora falando da poeta. Discorrendo
sobre seu processo de criação, ela nos dá uma lição de simplicidade: “Parto rumo à aventura do desconhecido, em busca do que só
existe misteriosamente dentro de mim, de modo vago e amorfo, porém, em luta
para emergir.” Aula magna.
Obs: orelha do livro Amazônia: literatura e cultura, organizado por Allison Leão, reunindo as conferências apresentadas no III Colóquio internacional de Literatura, realizado pela UEA, nos dias 16 a 18 de maio passado.