Amigos do Fingidor

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Marmitão Seboso e a poesia proletária


João Sebastião

O proletário é o sujeito explorado financeiramente pelos patrões e literariamente pelos poetas engajados. 

(Mário Quintana)


Para Marmitão Seboso, o último stalinista, Mário Quintana era apenas um poeta neoliberal, vendido ao capitalismo gaúcho.  

Marmitão Seboso não é um poeta engajado – é muito mais: é um crítico engajado.  

Sua análise crítica da poesia perscruta os ritmos proletários, as imagens industriais, as metáforas florestais da poesia, que devem, sim, portar uma mensagem libertária e conscientizadora, que eduque a classe trabalhadora. 

Para Marmitão Seboso, Maiakovski foi apenas um títere a serviço do capital internacional, com sua poesia de metáforas assexuadas: eu sou uma nuvem de calças! 

Para exercitar sua verve crítica, o último dos stalinistas cerca-se de jovens poetas iletrados, analfabetos funcionais, drogados eventuais – que jamais leram um livro, para não se deixarem influenciar pela hidra poética capitalista, de ritmos dissolutos, em suas folias metafísicas.  

Marmitão Seboso, não suportando mais a vida neste Brasil varonil, onde nem o grande poeta Ferreira Gullar, que já foi stalinista e hoje é apenas maranhense, se leva a sério, resolveu pedir asilo à Coreia do Norte, onde o pequeno timoneiro Kim Yong-nam estuda como aproveitar o seu cérebro privilegiado.