João Sebastião
O proletário é o sujeito explorado financeiramente pelos patrões e literariamente pelos poetas engajados.
(Mário Quintana)
Para Marmitão Seboso, o último
stalinista, Mário Quintana era apenas um poeta neoliberal, vendido ao
capitalismo gaúcho.
Marmitão Seboso não é um poeta
engajado – é muito mais: é um crítico engajado.
Sua análise crítica da poesia
perscruta os ritmos proletários, as imagens industriais, as metáforas
florestais da poesia, que devem, sim, portar uma mensagem libertária e
conscientizadora, que eduque a classe trabalhadora.
Para Marmitão Seboso, Maiakovski foi
apenas um títere a serviço do capital internacional, com sua poesia de
metáforas assexuadas: eu sou uma nuvem de
calças!
Para exercitar sua verve crítica, o
último dos stalinistas cerca-se de jovens poetas iletrados, analfabetos
funcionais, drogados eventuais – que jamais leram um livro, para não se
deixarem influenciar pela hidra poética capitalista, de ritmos dissolutos, em
suas folias metafísicas.
Marmitão Seboso, não suportando mais a
vida neste Brasil varonil, onde nem o grande poeta Ferreira Gullar, que já foi
stalinista e hoje é apenas maranhense, se leva a sério, resolveu pedir asilo à Coreia do Norte, onde o
pequeno timoneiro Kim Yong-nam estuda como aproveitar o seu cérebro
privilegiado.