Amigos do Fingidor

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

exercício nº 2


Zemaria Pinto


(as ásperas palavras que te disse
naquela madrugada de setembro
retornam feito facas em meu peito
forjadas pela têmpera do tempo)

a noite agônica se plasma lenta
sobre os escombros da cidade cinza,
dispondo sombras que, multiplicadas,
deslizam livres aos desvãos da vida

ao eco dos silêncios vem juntar-se
a frágil consciência da distância:
menos que pena, dor dilacerada

meus olhos lúcidos deliram sonhos
por sob as tardas horas que traduzem
ausência, perda, solidão e nada